O anúncio do governo federal, em 30 de junho, sobre o Plano Safra voltado à agricultura familiar trouxe otimismo ao setor de máquinas agrícolas destinadas a pequenos produtores. A versão do plano para a temporada 2025-2026 prevê R$ 78,2 bilhões em financiamentos, com recursos distribuídos entre crédito rural, compras públicas, seguro agrícola, assistência técnica, garantia de preço mínimo e outras iniciativas, totalizando R$ 89 bilhões em movimentações.
Apesar de o crescimento total ser de apenas 3% em relação ao plano anterior, inferior à expectativa de 5%, a ampliação do limite de crédito de R$ 50 mil para R$ 100 mil para a compra de máquinas e equipamentos com taxa de juros de 2,5% ao ano foi recebida com entusiasmo. “Agora, além dos microtratores, poderemos viabilizar o financiamento da nossa linha AGT 25, projetada também para médias propriedades”, destaca Cesar Roberto Guimarães de Oliveira, coordenador de Vendas e Marketing da Agritech.
Outro aspecto positivo foi a manutenção da taxa de juros de 5% no Programa Mais Alimentos, linha de crédito específica para a aquisição de máquinas, implementos e equipamentos agrícolas. Com 65% de sua produção voltada ao maquinário para agricultura familiar, a Agritech já registrou um aumento de 17% nas vendas até maio de 2025. “Esperamos que os bancos acelerem a liberação desses recursos para que possamos retomar a comercialização dos nossos equipamentos o quanto antes”, acrescenta Oliveira.
Paralelamente ao Plano Safra, o governo federal lançou a edição de junho/2025 do Catálogo de Máquinas para a Agricultura Familiar. Organizado pela Embrapa, o material é fruto de uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), além de entidades como Abimaq, Simers e Anfavea. O objetivo é oferecer soluções que atendam às demandas específicas de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais em todo o Brasil.
Dados do IBGE revelam que as propriedades de agricultura familiar representam 77% dos estabelecimentos agrícolas no Brasil, totalizando 3,9 milhões. Apesar disso, o índice de mecanização permanece baixo, com apenas 13% dessas propriedades utilizando tratores, e indicadores ainda menores no Norte (3,7%) e no Nordeste (1,5%).
“Esperamos que o Plano Safra contribua para transformar esse cenário. Com acesso a equipamentos projetados para pequenas e médias propriedades, as famílias poderão aumentar sua produtividade, melhorar sua qualidade de vida e ampliar a rentabilidade. Estamos confiantes nos impactos positivos dessa iniciativa”, conclui Oliveira.