As Pequenas e Médias Empresas (PMEs) brasileiras apresentaram uma desaceleração no faturamento ao iniciar o quarto trimestre de 2025, de acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). O índice registrou estabilidade de 0,6% em outubro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2024, após um avanço de 2,5% em setembro. Este resultado interrompe uma sequência de quatro meses de crescimento robusto, sinalizando uma pausa na recuperação observada desde junho.
Apesar da leve desaceleração, o IODE-PMEs, que monitora 748 atividades econômicas de empresas com faturamento anual de até R$50 milhões, ainda reflete uma trajetória de recuperação consistente nos últimos meses, superando as dificuldades do primeiro semestre. No acumulado de 2025, o indicador mantém-se estável em relação a 2024.
Em outubro, o setor industrial foi o principal motor do desempenho do índice, registrando um crescimento de 5,8% em relação a outubro de 2024. Este avanço consolida a trajetória de recuperação iniciada em maio, com 15 dos 23 subsetores da indústria de transformação apresentando aumento no faturamento real, com destaque para “produtos de metal”, “produtos químicos e celulose” e “papel e produtos de papel”.
Em contrapartida, o setor de comércio retornou ao campo negativo, com uma retração de 3,5% no faturamento médio real das PMEs em comparação com o mesmo período do ano anterior. O desempenho foi impactado tanto pelo atacado (-2,8% YoY) quanto pelo varejo (-7,6% YoY), embora nichos como “varejo de calçados” e “varejo de artigos de relojoaria” tenham mantido crescimento.
O setor de serviços também registrou o segundo resultado negativo do ano, com uma queda de 1,6% no faturamento real das PMEs em relação a outubro de 2024, ampliando a leve queda de 0,2% observada em setembro. Segmentos como “transporte, armazenagem e correio” e “atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados” mantiveram desempenho positivo.
A infraestrutura continua em retração, com uma queda de 4,2% em outubro, após recuo de 2,3% em setembro. No acumulado de 2025, a contração reflete a perda de dinamismo da construção civil, especialmente nas atividades de construção de edifícios e serviços especializados.
A redução das pressões inflacionárias, especialmente na desaceleração dos preços de itens essenciais, como alimentos e bebidas (que registraram leve alta de 0,01% no IPCA em outubro/25), tem sido um fator positivo para o cenário nacional. No entanto, a economia brasileira ainda opera em um ambiente restritivo, com juros elevados, o que limita o desempenho de setores mais dependentes de crédito e impacta diretamente as PMEs.
Apesar da perda de ímpeto observada em outubro, fatores como o avanço da confiança do consumidor e a redução das pressões inflacionárias favorecem o aumento da renda das famílias, criando um ambiente mais propício para o desempenho das PMEs. A expectativa é de continuidade do crescimento do faturamento real nos meses finais de 2025, embora em ritmo mais contido.
Compreendendo a relevância das PMEs no desempenho econômico do nosso país, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é um tipo de apuração inédita entre as empresas do segmento, atuando como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil.









