A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgou um relatório nesta terça-feira (12) apontando que o nível de pobreza na América Latina caiu para o menor patamar em 33 anos em 2023, impulsionado por avanços em países como o Brasil . No entanto, a Cepal também destacou que a região continua a enfrentar sérios desafios, como uma grande desigualdade social, mobilidade social limitada e crise de coesão social.
O relatório sublinha que as políticas sociais confortáveis e os sistemas de protecção fracos têm contribuído para manter a desigualdade e dificultar a redução da pobreza de forma mais substancial. A Cepal define a pobreza como a condição de quem não tem renda suficiente para cobrir suas necessidades básicas, enquanto a pobreza extrema se refere àqueles que não têm recursos para adquirir uma cesta básica de alimentos.
Embora o Brasil tenha se destacado por seu progresso na redução da pobreza, a Cepal alerta que a região ainda enfrenta grandes desafios para alcançar uma distribuição de renda mais equitativa e melhorar as condições de vida de seus cidadãos.
O relatório revelou que, em 2023, mais de 170 milhões de pessoas na região ainda vivem em condições de pobreza, com os países mais afetados sendo o Haiti, Nicarágua e Honduras. Apesar da redução nas taxas de pobreza, a desigualdade de renda continua a ser um problema significativo.
A pobreza na América Latina caiu para 27,3% da população em 2023, o que representa uma redução de 1,5 ponto percentual em relação ao ano anterior e uma queda de mais de 5 pontos percentuais em comparação a 2020, ano em que a A pandemia da Covid-19 impactou fortemente as economias da região. Contudo, a pobreza extrema ainda atinge 10,6% da população latino-americana.
O relatório também destaca que, se o Brasil foi excluído da análise, uma taxa de pobreza na América Latina seria de 28,4%, mais próxima da taxa observada em 2022, mostrando que o progresso no Brasil teve um impacto importante na redução da pobreza na região. A Cepal reforça que, apesar desses avanços, a região ainda enfrenta desafios relacionados à desigualdade de renda e à falta de políticas sociais adequadas para combater a pobreza de forma mais eficaz.
Na contramão do progresso feito no Brasil, a pobreza aumentou em Honduras e no Peru, que enfrentaram falta de financiamento, maior instabilidade e distúrbios civis em 2023. A Cepal espera que a pobreza continue caindo para 26,8% este ano, enquanto a pobreza extrema será de 10,4%.