A nova economia envolve muitos desafios. De acordo com o relatório 2024 do Fórum Econômico Mundial os desafios serão:
Nos próximos 2 anos: desinformação e informação errada, eventos climáticos extremos, polarização social, insegurança cibernética, conflito armado interestadual, falta de oportunidade econômica, inflação, migração involuntária, queda econômica, poluição.
Nos próximos 10 anos: eventos climáticos extremos, mudança original nos ecossistemas terrestres, perda da biodiversidade e colapso do ecossistema, escassez de recursos naturais, desinformação e informação errada, resultados adversos das tecnologias IA, migração involuntária, insegurança cibernética, polarização social e poluição.
Diante da grande incerteza, vemos que a única saída de qualquer organização, é criar uma cultura de resiliência, ou seja, com a capacidade de conseguir suportar situações difíceis, conseguindo se adaptar, com agilidade, inovação e sustentabilidade.
Para isso, criaram até uma palavra bonita – inovabilidade – com a junção de inovação com sustentabilidade. Mas não, não é só sobre isso, a mudança precisa ser também interna, com a mudança de mindset de líderes e tomadores de decisão.
Tomando como exemplo a natureza, a regra número 1 da sustentabilidade é alinhar-se com a vida. Nela, todos os recursos e nutrientes são importantes e valiosos. São reciclados, reaproveitados, reutilizados e reintegrados na cadeia de valor.
Por outro lado, o “business as usual”, tudo é feito para minar a vida na Terra – desmata-se, constrói-se, destrói-se, muda-se o percurso de rio – danificando o meio ambiente na busca de produtos e soluções inventadas sob a ótica de produção capitalista, incluindo a obsolescência programada, em busca de uma satisfação efêmera / comprada, mas que exaure mais ainda nossos recursos naturais.
E o resultado disso?
Aquecimento global, eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos, alteração do ciclo da água, perda de biodiversidade, perda de serviços ecossistêmicos (aqueles fornecidos pela natureza que nem nos damos conta, a menos quando perdemos como, por exemplo, a importância da polinização dos insetos para a agricultura) e a poluição.
Três crises planetárias (emergência climática, perda da biodiversidade e poluição) reverberando em outras policrises, incluindo, uma sanitária, como foi a do Covid-19, fruto de um problema ambiental. Quantas pandemias mais teremos?
Ao contrário disso, se não dá para fazer uma revolução, que ao menos façamos uma reforma no capitalismo, por meio de um capitalismo mais consciente, responsável e regenerativo.
O movimento global do capitalismo consciente fala em 4 pilares para mudar a forma de se fazer negócios e investimentos no país – propósito maior, liderança consciente, cultura consciente e orientação aos stakeholders.
Mas não há capitalismo consciente, sem líderes conscientes e, por isso, a mudança é interna, com a ampliação da consciência de que nem nós e nem nossos processos produtivos existem em um vácuo.
Como na lei da física, toda ação tem uma reação que reverbera em outros sistemas. Afinal, estamos todos conectados, como nos mostrou a pandemia do Covid-19. Então, é chegada a hora da regeneração em prol da vida e da sustentabilidade, não só de nossas empresas, mas de todo o ecossistema.
Como?
A diversidade e inclusão tem tudo a ver com líderes se tornarem mais auto conscientes de seus próprios pontos cegos, projeções e vieses inconscientes, ao mesmo tempo em que se abrem e valorizam a diferença sistematicamente.
A lógica da vida nos mostra que os sistemas vivos se baseiam na diversidade. A vida não prospera em monoculturas baseadas em silos. A mudança pode vir de qualquer pessoa que sinta que a mudança é necessária. Portanto, a inovação também pode acontecer nas bordas.
Para isso, mais do que palavras bonitas e boas intenções, a nova liderança deve saber ouvir, ser empático e respeitoso. Da trabalho, mas é a única maneira dos gestores, líderes e conselheiros de empresa caminharem rumo à sustentabilidade e perenidade dos negócios. É um convite à vida, que segue, pulsa e vibra quando rica e diversa. Fica aí a dica!
Referências: