A caderneta de poupança encerrou o mês de maio com uma captação líquida positiva de R$ 336,868 milhões, revertendo a tendência dos meses anteriores, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Banco Central (BC). Este resultado marca a primeira vez em 2025 em que os depósitos superaram os saques nessa modalidade de investimento.
Com este desempenho, o saldo total da poupança atingiu R$ 1,011 trilhão, mantendo-se acima da marca de R$ 1 trilhão pelo 12º mês consecutivo. No mês de maio, os depósitos na poupança totalizaram R$ 365,094 bilhões, enquanto os saques somaram R$ 364,757 bilhões. O rendimento creditado nas contas de poupança no período foi de R$ 6,087 bilhões.
Apesar do resultado positivo em maio, o acumulado de janeiro a maio de 2025 ainda apresenta um saque líquido de R$ 51,773 bilhões. No período, foram registrados depósitos na ordem de R$ 1,713 trilhão e retiradas de R$ 1,765 trilhão. O rendimento total creditado nas contas de poupança nos primeiros cinco meses do ano alcançou R$ 30,855 bilhões, de acordo com as informações do Banco Central.
A rentabilidade da caderneta de poupança é atualmente definida pela Taxa Referencial (TR) acrescida de uma remuneração fixa de 0,5% ao mês. Essa regra está em vigor enquanto a taxa básica de juros da economia, a Selic, permanecer acima de 8,5% ao ano. Atualmente, a Selic está fixada em 14,75% ao ano.
Em 2022 e 2023, com a Selic alta (13,75% a.a.), muitos investidores migraram para produtos como CDBs e Tesouro Direto, mais vantajosos, reduzindo a atratividade da poupança. Em 2024, mesmo com queda da Selic, a inflação baixa manteve o rendimento real da poupança competitivo para o pequeno investidor conservador.
A poupança funciona como um termômetro financeiro das famílias brasileiras. Ela cresce quando há folga, confiança ou medo (como em 2020) e recua quando há desemprego, queda de renda ou busca por investimentos mais rentáveis.