Nesta terça-feira, 10 de dezembro, os preços do café no mercado internacional de commodities atingiram patamares recordes, os mais altos desde 1977. O aumento foi impulsionado por uma crise de oferta resultante da queda na produção global, intensificada pelos impactos das mudanças climáticas na agricultura mundial.
A produção brasileira de café arábica, a variedade mais utilizada em cafés especiais, deve alcançar apenas 34,4 milhões de sacas, uma redução de cerca de 11 milhões de sacas em relação à estimativa divulgada em setembro.
No cenário global, a produção de café ficará 8,5 milhões de sacas abaixo da demanda na temporada 2025-26, representando o quinto ano consecutivo de déficit — um marco histórico, segundo a consultoria Volcafe.
Os preços do café na Bolsa de Nova York registraram uma alta expressiva, alcançando US$ 3,44 por libra-peso. Essa valorização reflete a redução na oferta global, especialmente em grandes países produtores como Brasil e Vietnã. Enquanto a Nestlé anunciou aumentos contínuos nos preços de seus produtos, o fator predominante para essa tendência é a escassez de café no mercado internacional.
O impacto da alta nos preços também é sentido em outros elos da cadeia. Quando os preços sobem, corretores exigem que produtores e exportadores depositem mais dinheiro como margem de garantia para cobrir possíveis perdas, tornando o uso do mercado futuro mais caro.
Além disso, alguns traders que venderam contratos futuros são obrigados a recomprá-los para sair do mercado, elevando ainda mais os preços em um ciclo vicioso.