Preço do petróleo avança com aumento de produção modesto anunciado pela OPEP+

Os preços do petróleo subiram nesta segunda-feira (8), recuperando parte das perdas da semana anterior. A valorização foi impulsionada pela decisão da OPEP+ de realizar um aumento modesto na produção e pela expectativa de novas sanções ao petróleo russo.

Apesar de ter sinalizado o aumento da produção a partir de outubro, a quantidade anunciada pelo grupo foi menor do que a prevista por alguns analistas. Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, descreveu a situação como uma “reação clássica de vender o boato e comprar o fato”, destacando que o mercado já havia precificado um aumento maior.

No fechamento, o petróleo Brent subiu 0,87%, para US$ 66,07 o barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), dos EUA, avançou 0,74%, para US$ 62,33 o barril. Ambos os preços haviam caído mais de 2% na sexta-feira (5), após a divulgação de um relatório de emprego fraco nos EUA, que afetou as perspectivas para a demanda por energia.

A OPEP+ (grupo que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados como a Rússia) concordou em aumentar a produção em 137 mil barris por dia a partir de outubro. Embora seja um aumento, o volume é significativamente menor que os reajustes dos meses anteriores, que variaram entre 411 mil e 555 mil barris por dia.

Além disso, a Arábia Saudita cortou o preço oficial de venda de seu petróleo para a Ásia, um dia após a decisão da OPEP+. Claudio Galimberti, economista-chefe da Rystad Energy, afirmou que “Riad e seus aliados sinalizaram uma mudança decisiva: defender a participação de mercado agora supera a defesa dos preços”.

O mercado também reage a tensões geopolíticas. O presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu no domingo que está pronto para aplicar uma “segunda fase” de sanções à Rússia devido à guerra na Ucrânia. Frederic Lasserre, da Gunvor, alertou que novas sanções aos compradores de petróleo russo podem interromper o fluxo de petróleo bruto. A Rússia, por sua vez, realizou um dos maiores ataques aéreos da guerra na Ucrânia no fim de semana, aumentando a incerteza no mercado.

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