Preços ao produtor dos EUA caem em agosto após aumento em julho

(Foto: REUTERS/Sarah Silbiger)

Os preços ao produtor nos Estados Unidos registraram uma queda inesperada em agosto, impulsionada principalmente por uma redução nos custos de serviços. De acordo com o Departamento de Estatísticas do Trabalho, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) para a demanda final diminuiu 0,1%, revertendo a alta de 0,7% observada em julho.

O resultado surpreendeu economistas consultados pela Reuters, que previam um avanço de 0,3% no IPP. A queda nos preços dos serviços, de 0,2%, foi o principal fator para a deflação.

Em contrapartida, os preços dos bens subiram 0,1%, uma desaceleração em relação à alta de 0,6% do mês anterior. No acumulado dos 12 meses encerrados em agosto, o IPP teve um aumento de 2,6%, uma desaceleração em relação à alta de 3,1% registrada em julho.

A queda nos preços ao produtor acontece em um momento de crescentes preocupações com o mercado de trabalho. O governo dos EUA informou na terça-feira que a economia criou 911 mil empregos a menos nos 12 meses encerrados em março do que o estimado anteriormente.

Esses dados, somados a um relatório recente que mostrou um crescimento quase estagnado do emprego em agosto, reforçam as preocupações sobre a desaceleração econômica.

Como resultado, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, é esperado para cortar as taxas de juros na próxima semana. A expectativa é de uma redução de 0,25 ponto percentual, uma medida que visa estimular a economia.

Em 22 de agosto, em evento em Jackson Hole (Wyoming), o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que os riscos ao emprego estão aumentando, embora persistam preocupações com a inflação. Ele sinalizou possibilidade de corte na reunião de setembro, mas ressaltou que a decisão será gradual e cuidadosa.

Análises como as da Morgan Stanley alertam que, apesar da alta probabilidade de corte, indicadores econômicos sólidos (como crescimento robusto do PIB e condições financeiras estáveis) ainda sugerem que os juros podem permanecer sem alteração. A inflação continua acima da meta de 2%, o que pesa contra decisões imediatas de afrouxamento.

Da mesma forma, o Peterson Institute for International Economics (PIIE) considera que os riscos de corte ainda podem superar os benefícios, devido às pressões inflacionárias geradas por tarifas.

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