A população em situação de rua é um dos cenários mais preocupantes do momento para as autoridades públicas. Prova disso são os dados mais recentes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base em dados do CadÚnico (Cadastro Único) do governo federal que aponta que a população em situação de rua no Brasil aumentou mais de 935% nos últimos dez anos, chegando a mais de 227 mil pessoas cadastradas até agosto de 2023.
Os números são alarmantes e têm levado as prefeituras a investirem em tecnologias de última geração, como o caso da cidade de São José do Rio Preto que acaba de apostar em uma solução americana de inteligência geográfica capaz de radiografar e cadastrar toda a população em situação de rua. O projeto – encabeçado pela Imagem Geosistemas (empresa brasileira) está em fase piloto e espera grandes retornos a curto e longo prazo.
O Censo de População em Situação de Rua é um projeto que, por meio da inteligência geográfica, consegue entender a distribuição espacial da população em situação de rua na cidade, identificar as áreas com maior concentração, além de conseguir pensar em melhorias no direcionamento de ações e serviços.
O projeto conta com equipes que fazem as abordagens para o preenchimento de formulários eletrônicos. Depois de coletados, os dados são analisados e compilados pelos departamentos de Vigilância Socioassistencial e Proteção Social Especial da secretaria. Na plataforma do GIS é possível filtrar o perfil de cada entrevistado, de acordo com a faixa etária, raça e etnia, gênero, entre outras métricas.
Segundo, Juliana Almeida, Executiva de Vendas na Imagem Geosistemas, a tecnologia GIS que mapeia todos os tipos de dados transcende suas aplicações tradicionais, atuando como uma ferramenta poderosa para enfrentar desafios sociais complexos, como a situação da população em rua. “A iniciativa pioneira da Prefeitura de São José do Rio Preto, não é apenas um marco na utilização do geoprocessamento para compreensão detalhada das necessidades dessa comunidade vulnerável, mas, também, é um passo adiante na formulação de políticas públicas realmente mais eficazes”, ressalta.
Com o alto número de pessoas em situação de rua, nasce a necessidade da Prefeitura “chegar mais perto” para ouvir a população e saber como atendê-la ampliando sua capacidade de implementar políticas públicas eficazes com base nos dados coletados.
“A vigilância é uma das funções da política de assistência social em conjunto com a proteção e a defesa de direitos, que, juntas, monitoram, avaliam e diagnosticam situações de vulnerabilidade, risco, violação e, assim, subsidiam, qualificam e ampliam a proteção social nos mais diversos locais das cidades”, conclui a executiva da Imagem Geosistemas.