A inflação prévia de fevereiro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou uma alta de 1,23%, a maior desde abril de 2022, quando o índice foi de 1,73%. O aumento foi impulsionado principalmente pelo aumento nas tarifas de energia elétrica. Em janeiro, o IPCA-15 apresentou uma variação muito mais modesta, de 0,11%. A inflação de fevereiro se destacou como um fator de preocupação em um cenário de recuperação econômica e pressão nos preços.
No acumulado de 12 meses, a inflação alcançou 4,96%, ultrapassando o teto da meta do Banco Central, que é de 3% com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. O aumento foi impulsionado principalmente pela alta nas tarifas de energia elétrica, reforçando o cenário de pressão inflacionária.
Apesar da forte aceleração, o resultado ficou levemente abaixo das projeções dos analistas do mercado financeiro, que esperavam uma alta média de 1,34% no mês.
Dos nove grupos de produtos e serviços apurados pelo IBGE, sete apresentaram alta. A maior pressão veio do grupo habitação, que subiu 4,34%, contribuindo com 0,63 ponto percentual (p.p.) do IPCA-15.
Como sempre acontece em fevereiro, o grupo de Educação também teve um aumento expressivo, de 4,78%, na maior alta percentual do mês. O peso sobre o índice, porém, foi menor, de 0,29 p.p.
O grupo de Alimentação e bebidas teve uma alta de 0,61% em fevereiro, gerando impacto de 0,14 p.p. Apesar da alta, tanto a alimentação no domicílio quanto a alimentação fora do domicílio desaceleraram no mês.
A alimentação no domicílio subiu 0,63%, comparado a uma alta mais expressiva de 1,10% em janeiro. Os itens com maiores aumentos foram cenoura (17,62%) e café moído (11,63%). Por outro lado, os alimentos que mais baixaram de preço foram batata inglesa (-8,17%), arroz (-1,49%) e frutas (-1,18%).
No grupo de Transportes, que avançou 0,44% e contribuiu com um impacto de 0,09 p.p. no IPCA-15, as principais altas vieram dos combustíveis, que subiram em média 1,88%. O etanol aumentou 3,22%, o óleo diesel 2,42% e a gasolina 1,71%, enquanto o gás veicular foi o único a apresentar queda, de 0,41%.
*Com informações da Agência Brasil