Uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro referente ao mês de maio de 2025 registrou um crescimento de 3,2% na comparação com o mesmo período de 2024. Os dados também apontam para um ganho acumulado de 4,0% nos últimos 12 meses. O resultado superou as expectativas do mercado, que, de acordo com projeções do Investing.com, aguardava estabilidade para o índice no quinto mês do ano.
Entre os componentes da prévia do PIB, o IBC-Br de impostos apresentou o maior recuo em maio, com queda de 1%. A indústria também registrou uma baixa de 0,5%, seguida pelo indicador de ex-agropecuária, com -0,3%. O setor de serviços, por sua vez, permaneceu estável.
Na edição anterior, referente a abril, a prévia do PIB havia apresentado uma alta mensal de 0,2% e anual de 4,0%. A última leitura fechada do PIB mostrou que a economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025.
Apesar do resultado positivo em maio, a expectativa entre analistas é de uma perda de força da economia ao longo de 2025, à medida que o aperto monetário promovido pelo Banco Central (BC) comece a surtir efeito. Em 2024, o crescimento da economia brasileira surpreendeu, atingindo uma expansão de 3,4%, acima das previsões iniciais.
Para o ano de 2025, o cenário projetado pelos analistas aponta para uma desaceleração do ritmo de crescimento econômico, influenciada principalmente pelo aumento da taxa básica de juros implementado pelo Banco Central nos últimos meses para conter a inflação. A projeção do mercado financeiro para o crescimento em 2025 é de 2,23%, significativamente abaixo do desempenho do ano anterior.
O Banco Central tem justificado sua política monetária, explicando que espera justamente uma desaceleração da economia em 2025 como forma de controlar as pressões inflacionárias. A instituição tem sinalizado que manterá uma postura mais rígida em relação aos juros até que haja sinais mais claros de contenção da atividade econômica.
Em maio, o BC informou que a alta taxa de juros já estava impactando a atividade econômica e previu que o efeito sobre o mercado de trabalho se intensificaria. Em junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros para 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, e indicou que pretende manter a taxa estável por um período prolongado. A maior parte dos economistas do mercado financeiro acredita que o Copom só deverá iniciar a redução dos juros em 2026.