A petroleira PRIO (PRIO3) registrou uma produção de 88,2 mil barris de petróleo equivalentes diários (boepd) no terceiro trimestre de 2025 (3T25), marcando um recuo de 11,9% em relação ao trimestre anterior (2T25), quando a produção havia atingido 100,1 mil boepd.
Apesar da queda na produção, a companhia reportou um aumento nas vendas, que totalizaram 8,8 milhões de barris de petróleo no trimestre. Esse volume representa um crescimento de 8,2% na comparação com o segundo trimestre do ano.
A redução no volume de produção trimestral foi influenciada por questões operacionais em seus principais clusters: A produção do campo foi prejudicada pela interdição temporária do FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência) após uma auditoria realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No cluster de Polvo e Tubarão Martelo, a petroleira informou que o workover (reparação ou manutenção) do poço TBMT-6H foi finalizado em 15 de setembro, e o poço conseguiu retornar à produção.
A PRIO é uma das principais empresas privadas de óleo e gás do Brasil e tem focado na otimização da produção em seus campos maduros. Os analistas de mercado mantêm uma visão otimista para a PRIO, focando no potencial de alta da produção futura com os projetos.
Considerado um catalisador chave, o projeto tem potencial para adicionar cerca de 40 mil barris de petróleo por dia à produção da PRIO e pode aumentar o Fluxo de Caixa Livre Anual (FCFE) em US$ 600-700 milhões. A empresa já obteve a licença do IBAMA e aguarda a licença de instalação.
A consolidação de 100% da participação no Campo de Peregrino no segundo semestre de 2026 é vista como um fator transformador, fortalecendo a geração de caixa.
A PRIO captou US$ 700 milhões (cerca de R$ 3,7 bilhões) em títulos de dívida externa (bonds), com vencimento em 2030. Os recursos serão usados principalmente para recomprar títulos que vencem no próximo ano (até US$ 600 milhões), reperfilando e reestruturando sua dívida.
Bancos de investimento, como o Itaú BBA, mantiveram a recomendação de compra (outperform) para as ações da PRIO, apesar da queda na produção em setembro. A visão é que os problemas nos campos de Peregrino e Albacora Leste são temporários e não comprometem o valor de longo prazo da companhia.
O foco do mercado está na excelente execução da PRIO na otimização de campos maduros e no potencial de crescimento da produção, que, segundo algumas estimativas, pode dobrar até 2026/2027, ultrapassando 150 mil boepd.