Projeção do BTG aponta início dos cortes da Selic já em janeiro

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BTG/Divulgação

O Banco BTG revisou suas projeções econômicas e, em uma das mudanças mais relevantes, antecipou o início do ciclo de cortes da taxa básica de juros (Selic) para janeiro de 2026. Em relatório, o banco aponta a desaceleração da atividade econômica e a moderação da inflação como fatores cruciais que abrem espaço para a flexibilização da política monetária.

O BTG espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central adote uma estratégia inicial gradual. A expectativa é que o ciclo comece com um corte de 25 pontos-base já na reunião de janeiro.

A análise sustenta que o ritmo de cortes tende a se acelerar à medida que os dados subsequentes confirmarem a convergência da inflação em direção à meta estabelecida. O cenário doméstico favorável — que inclui a desaceleração da economia, sinais de inflexão no mercado de trabalho e uma dinâmica inflacionária mais benigna — reforça a percepção de que o Banco Central terá margem para iniciar o alívio monetário.

A projeção do BTG para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 foi revisada para 4,4%, uma ligeira queda em relação aos 4,5% anteriores. Para 2026, a estimativa do banco ficou em 4,2%.

A revisão para baixo foi motivada por um ajuste na projeção de alimentação de domicílio nos meses finais do ano, segundo a análise. Além disso, a inflação de outubro, que veio abaixo do esperado, indicou uma dinâmica mais benigna em segmentos sensíveis à taxa de câmbio e ao repasse de preços. Nesta quarta-feira (25), o mercado aguarda a divulgação do IPCA-15, que trará novos sinais sobre a trajetória inflacionária.

O banco ressalta que o cenário de inflação relativamente benigno para 2026 — que pressupõe uma nova desaceleração da inflação de serviços — “é consistente com um pouso suave da atividade econômica e segue condicionado a um risco fiscal administrável e a um câmbio relativamente estável”.

No âmbito fiscal, o BTG também apresentou uma melhora nas suas expectativas. A projeção para o déficit primário do governo central em 2025 foi revisada de R$ 72 bilhões (equivalente a 0,6% do Produto Interno Bruto – PIB) para R$ 67 bilhões (0,5% do PIB).

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