As projeções de mercado para a inflação no Brasil foram revisadas para baixo, de acordo com o Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 caiu de 4,85% para 4,83%.
A mediana para a taxa de câmbio também recuou, passando de R$ 5,55 para R$ 5,50. A projeção para a taxa básica de juros (Selic), no entanto, permaneceu em 15% pelo décimo segundo período consecutivo.
O relatório também traz boas notícias para o futuro próximo. A expectativa para a inflação de 2027 caiu de 3,93% para 3,90%, enquanto a de 2028 ficou em 3,70%. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também teve suas projeções reduzidas para 2025, passando de 1,15% para 1,10%.
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), a projeção de crescimento para este ano permaneceu em 2,16%. Para 2026, a previsão recuou de 1,85% para 1,80%, enquanto a de 2027 subiu de 1,88% para 1,90%. A estimativa para 2028 se manteve em 2% por 79 semanas seguidas.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enviou uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar o motivo de a inflação ter ultrapassado a meta por seis meses consecutivos.
O sistema de metas brasileiro considera o objetivo não cumprido quando o IPCA acumulado em 12 meses fica acima do limite superior por pelo menos seis meses seguidos. Com a inflação acima do teto de 4,5% desde janeiro, o BC foi obrigado a apresentar uma justificativa formal.
Na carta, Galípolo aponta os principais fatores que levaram o país a não cumprir a meta de inflação. Segundo ele, a alta dos preços foi impulsionada por:
- Atividade econômica aquecida: o forte ritmo de crescimento da economia contribuiu para o aumento da demanda e dos preços.
- Variação cambial: a desvalorização do real frente ao dólar encareceu produtos importados.
- Custo da energia elétrica: o aumento das tarifas de energia impactou os custos de produção e o bolso do consumidor.
- Anomalias climáticas: eventos climáticos extremos afetaram a produção agrícola, elevando os preços de alimentos.