Paragominas, uma cidade com pouco mais de 100 mil habitantes localizada no sudeste do Pará, a cerca de 300 quilômetros de Belém, foi destacada na COP 28, em Dubai, pelas suas conquistas que ilustram uma mudança na matriz econômica e na realidade ambiental da região.
Essa história começa em 2008, quando a cidade entrava para a lista de maiores desmatadores da Amazônia, sobretudo por práticas ilegais, como as carvoarias que tornavam a paisagem um deserto de fumaça e floresta queimada
Foi então que Paragominas criou seu primeiro pacto pelo meio ambiente, em busca do desmatamento ilegal zero e pela legalização da produção. O projeto Município Verde, em menos de um ano de ações, reduziu o desmatamento em 45%, e no segundo ano tirou o município dos embargos causados pela depredação ambiental, e iniciou uma nova fase na economia da cidade, baseada na recuperação de áreas degradadas e no estímulo à agropecuária sustentável
O plano de Paragominas, que revolucionou a reputação da região, incluiu campanhas ambientais, parcerias com ONGs, monitoramento por satélite do desmatamento, cadastro das propriedades rurais e a assinatura de um grande pacto contra o desmatamento. Mais de 30 entidades civis e o setor público se comprometeram a preservar a floresta da região.
Segundo matéria do g1, há 15 anos, a região é a principal experiência do Brasil na redução de emissão de gases de Efeito Estufa (GEES) atrelada ao progresso financeiro, e lançou em 2023 a nova etapa dessa trajetória: o programa Paragoclima, que prevê alcançar a neutralidade de carbono no município até 2030.
A nova etapa do município se dá no momento em que o mundo debate mudanças climáticas e se volta aos cuidados com a Amazônia, sede da COP em 2025. Lançado em maio de 2023, o Paragoclima tem como principal meta a neutralidade das emissões de carbono e desmatamento ilegal zero a ser alcançado até 2030.
A iniciativa, liderada pela Prefeitura Municipal de Paragominas em parceria com o Cirad, é um pacto firmado em maio de 2023 com toda a sociedade local, incluindo órgãos públicos e privados, sociedade civil e representantes dos governos estaduais e federais.