PSICOPATAS E O MUNDO CORPORATIVO (CONTINUAÇÃO)

Em continuação ao artigo anterior, vamos explicar como o ambiente corporativo se tornou uma estufa de psicopatas. (Dutton, 2018).

O desenvolvimento agressivo do capitalismo nos períodos pós guerras, financiado pelo mercado de capitas crescente, provocou a separação entre propriedade e gestão. Dito de outra forma, já não eram mais os fundadores que dirigiam as empresas, tendo sido substituídos por gestores profissionais. Esses, por sua vez, se reportavam ao Conselho de Administração que representava os interesses dos acionistas.

Podemos dizer que aí nascem duas classes de executivos: os que dão lucro e os que estão desempregados.

É neste contexto que as empresas começam a valorizar a Ética da Personalidade que privilegia a imagem, o poder de comunicação em detrimento da Ética do Caráter que é baseado em competência, honestidade e lealdade (S. Covey). Pode parecer estranho, mas, se você está pensando nos lucros de curto prazo, não o é.

Mais mudanças estavam a caminho. A queda do muro de Berlim, desenvolvimento comercial da internet, salto nos sistemas de informação e melhoria significativa nos meios de transporte permitiram a criação de um mercado globalizado.

O mundo de empresas, empregos e soluções duradouras, deixou de existir. A velocidade das transformações e da obsolescência de produtos, empresas e negócios tornou o mundo empresarial num ambiente instável, incerto, complexo e ambíguo.

Neste contexto (globalização e aumento de competitividade), mudanças precisam ser realizadas de forma permanente em tempo hábil para garantir a sobrevivência da organização.

Empresas bem organizadas com visão estratégica de médio longo prazo e com uma boa gestão dos seus recursos humanos tendem a ter sucesso na busca interna por soluções criativas para superar os desafios sem perder seus valores fundamentais.

Em contrapartida, empresas fracamente estruturadas sem um quadro de valores  solidamente incorporado, tendem nos momentos de crise buscar profissionais que encarnam papel de salvador da pátria. E esse é um cenário propício para os psicopatas, pois eles não tem dificuldade em se ambientar as mudanças, gostam e prosperam no caos que ao mesmo tempo é uma fonte de estímulo quanto fornece cobertura para seu comportamento abusivo e manipulador.

¨… os psicopatas tem todas as ferramentas de que precisam para fraudar e enganar os outros: são convincentes, encantadores, seguros de si, hábeis em situações sociais, frios sob pressão, inteiramente implacáveis e não se intimidam com o risco de serem apanhados. … Finalmente, o crime do colarinho branco é lucrativo, os riscos dos fraudadores serem descobertos são mínimos e as penalidade não costumam passar de triviais. (Hare, 2013)

Há situações em que, quando descoberta uma fraude praticada por um executivo, não é do interesse da empresa torná-la pública. No mundo atual, o mais comum é que o psicopata seja convertido em herói, um modelo de sucesso a ser seguido, sem que as pessoas tenham noção real do mal por eles praticado.

E como agir diante de um psicopata?

A autora Ana Beatriz Barbosa, no seu livro “Mentes Perigosas – O psicopata mora ao lado” , dá algumas dicas de como lidar:

. Aceite que os psicopatas existem e nunca menospreze sua capacidade destrutiva

. Não acredite nas aparências

. Eles são especialistas em detectar e explorar nosso lado mais vulnerável

. Não entre em jogo de intrigas

. Nunca aceite que ele te culpe por suas próprias atitudes. Eles são hábeis em inverter papéis e fingir sofrer

. Não tente mudar o que não pode ser mudado

. Nunca seja cúmplice, cuidado com os chavões tais como: não conte nada disso a alguém, amanhã eu limpo a tua barra, uma mão lava a outra, pois essas intervenções são utilizadas para convencer alguém a encobrir as suas transgressões

. O único método seguro de lidar com um psicopata é manter-se distante dele. Psicopata não tem cura!

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