A vida é consequência das escolhas que fazemos. A grande maioria das escolhas são incertas, tentamos o melhor, mas os resultados não são garantidos. É isto que torna o processo de escolha difícil para a grande maioria das pessoas, o medo da mudança.
Não ter garantia do resultado diante da certeza da renúncia que a opção implica é o que paralisa e contribui para manutenção do status quo. Muitos acabam preferindo a certeza no sofrimento a assumir o risco de uma vida melhor.
Entretanto, há escolhas que não deixam margem de dúvida quanto ao seu resultado. Optar por ter uma alimentação mais saudável, praticar exercícios são exemplos de escolhas que não deixam margem de dúvida quanto aos seus resultados. O porquê não o praticamos, já é uma outra questão.
Mas gostaria de comentar aqui sobre outra escolha possível. Na vida corporativa, deparei com dois tipos de colaboradores: um que, diante de um problema recém descoberto, vinha sempre com uma lista de pessoas e/ou áreas que seriam as culpadas. Sempre o problema eram outros. O segundo, ao relatar um problema, tinha uma sugestão, uma proposta de solução.
Não sei onde li a frase “QUEM É BOM EM DESCULPA, NUNCA SERÁ BOM EM OUTRA COISA” e passei a adota-la e a tinha impressa no meu escritório.
Sempre que alguém vinha e começava a explicar o porquê da ocorrência de um problema, apontava para a frase e explicava: nosso cérebro não tem capacidade para pensar em duas coisas opostas ao mesmo tempo. Penso no amor ou no ódio, mas não nos dois ao mesmo tempo.
Logo, ou você pensa na solução do problema ou na história que vai me contar, e então completava: primeiro precisamos resolver o problema, segundo entender porque aconteceu e, por fim, o que devemos fazer para que não ocorra novamente.
Apontar primeiro o culpado é uma inversão total de prioridade. Só é uma tentativa egoísta de livrar própria pele.
Se você tiver que escolher entre dois funcionários para ser promovido, sendo que o primeiro é daqueles que tem sempre uma história para justificar um problema e o outro sempre traz uma sugestão de como resolver o problema, qual dos dois você escolheria?
Você, no papel de líder, deve promover a cultura pro ativa da busca de soluções. Afinal não existe processo perfeito, mas existem empresas que detectam e resolvem mais rápido as não conformidades.
Cliente não tem ilusão de que a empresa é perfeita, mas quer saber que pode contar com pronto atendimento e resolução do seu problema. É isso que ele espera.
Todos nós podemos escolher entre sermos contadores de histórias ou provedores de soluções. Essa é uma escolha que não deixa margem de dúvida. Não há incerteza quanto ao seu resultado, seja no mundo corporativo ou principalmente na vida pessoal.
Por fim, gostaria de compartilhar uma lição que recebi no início da minha carreira executiva, dada por um executivo sênior. Disse ele: “Hyung, quando alguém começar a conversa falando ‘veja bem’, cuidado! Ele vai tentar te enrolar”.
Não falhou nunca!