por *Yvon Gaillard, economista e CEO da Dootax
O setor de planos de saúde enfrenta desafios significativos desde o início da pandemia. Com a estabilização da demanda durante a crise da Covid-19, os custos para os planos de saúde aumentaram consideravelmente, refletindo em uma inflação global notável. Essa situação persiste há algum tempo, e as decisões judiciais, como a que envolve a Hapvida NotreDame (HAPV3), a maior empresa de planos de saúde do Brasil com mais de 8 milhões de segurados, estão alinhadas com esse contexto.
Devido aos custos elevados, os planos estão sendo mais criteriosos na aprovação de tratamentos e cirurgias eletivas, gerando atritos com os segurados. O descumprimento dessas decisões judiciais pela Hapvida NotreDame (HAPV3) pode resultar em sanções, incluindo a perda da autorização para comercializar planos de saúde, entre outros desdobramentos.
Embora seja improvável que o judiciário tome medidas que afetem milhões de segurados, essa situação pode impactar negativamente a reputação da Hapvida NotreDame (HAPV3). Os segurados podem optar por migrar para outras empresas que ofereçam serviços considerados melhores.
Vender os papéis o quanto antes
Considerando esse cenário desafiador, a perspectiva para a Hapvida NotreDame (HAPV3) no curto e médio prazo não parece otimista. Recomendaria vender as ações o mais rápido possível para evitar possíveis quedas ainda maiores, assumindo a perda agora.
Não vislumbro um aumento significativo na demanda a curto e médio prazo, e os custos da Hapvida-NotreDame não apresentam sinais de redução drástica. Dada a alta incerteza e o potencial de queda, considero este um papel de alto risco.
*Yvon Gaillard é Co-founder e CEO da Dootax, primeira plataforma de automação fiscal do Brasil. Com mais de 15 anos de atuação no mercado, o executivo é um dos principais personagens na revolução do sistema fiscal do país. Economista formado pela FAAP e com MBA pela Business School São Paulo, liderou projetos em empresas como Gol Linhas Aéreas e Thomson Reuters.