Já se foi o tempo em que o líder era a pessoa que mais entendia do assunto. Atualmente o papel que se espera de um líder é que ele seja capaz de trabalhar as competências da equipe e a motive para atingir o objetivo.
E uma das compentências requeridas para uma boa liderança é a habilidade de comunicação. Um bom comunicador é aquele que se faz entender. Muitos falham por acreditarem que basta comunicar para que seu trabalho já esteja feito, que o entendimento é responsabilidade do receptor.
Não basta cumprir burocraticamente o seu papel, é preciso que o receptor entenda a mensagem. O objetivo é que todos entendam a mensagem, e não simplesmente enviar um comunicado.
É preciso entender e desarmar algumas armadilhas. Uma delas é que projetamos no outro o que somos e agimos como se ele fosse igual a nós. Por exemplo, se sou uma pessoa racional, a minha tendência é usar de argumentos racionais para convencer o outro e, muitas vezes, não percebo que ele é uma pessoa mais emotiva e me frustra por ele não entender ou concordar com os meus argumentos.
Logo, a conclusão que ele é uma pessoa “pouco inteligente”, pois é incapaz de entender uma explicação tão simples e lógica. No sentido inverso, se uma pessoa usa de argumentos emocionais para convencer a pessoa racional, terá pouco ou nenhum sucesso, e a sua reação será considerar essa pessoa insensível.
Não importa que você tenha feito seu trabalho, comunicado, anunciado etc. Ele terá sido inútil sempre que o receptor não entenda a mensagem e será ineficaz apontar de quem é a culpa.
A gravura acima é o Vaso de Rubin, desenvolvido pelo psicólogo Edgar Rubin. Dependendo do seu foco, uns verão dois rostos, um de frente para outro, e outros verão um cálice. Só depois de entendermos que há duas figuras distintas, é que somos capazes de percebe-las simultaneamente, de percerbermos o todo.

Cada pessoa é fruto de um conjunto de experiências que molda a sua forma de ser e ver o mundo, e obviamente nenhuma experiência é igual à outra. Não é à toa que muitos não entendem como filhos que tiveram os mesmos pais e a mesma criação podem ser tão diferentes. Ainda que os pais sejam biologicamente os mesmos, cada filho internalizou de modo diferente as experiências da criação, sem mencionar que o pais do filho mais velho não são os mesmos do filho mais novo.
Diferentes experiências vividas geram visões distintas dos fatos, a discordância e o conflito não são exceção, mas norma.
O primeiro passo para lidarmos com os conflitos é aceitarmos que esses fazem parte de qualquer convivência, ter maturidade para aceitar o contraditório e não levar para o plano pessoal.
O segundo ponto é perceber que há pessoas que são naturalmente racionais, outras emocionais e também há as que são focadas em fazer. Para que a sua comunicação seja mais eficiente, é preciso conhecer qual é o perfil do seu interlocutor e usar a chave adequada para abrir a porta para sua mensagem.
Muitas vezes estamos ansiosos demais para nos comunicarmos e mal temos tempo para avaliarmos o perfil do nosso interlocutor.
É perda de tempo culpar ou esperar que o outro mude. Se eu quero me fazer compreendido e envolver o time, mais efetivo é eu mudar a forma da minha comunicação e adaptá-lo às características do público ouvinte.
E como dizia o Velho Guerreiro Chacrinha, “Quem não se comunica, se trumbica” !