A rede espanhola de supermercados Dia anunciou na manhã desta quinta-feira (21) que solicitou recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), como consequência de “persistentes resultados negativos”, como dito em comunicado. A dívida da companhia é de R$ 1,1 bilhão no país.
A informação vem uma semana após a empresa anunciar o fechamento de 343 lojas e três armazéns – a companhia vai manter a operação focada em São Paulo enquanto ocorre o plano de recuperação. O baixo desempenho pode ser visto no mercado global, já que em agosto de 2023 a rede saiu de Portugal, com a venda de quase 500 unidades no país.
O novo presidente da entidade, Sébastien Durchon, afirmou em entrevista para a Valor Econômico que a situação da companhia é “insustentável” e que não há outra saída além da recuperação judicial. Além do pedido, cortes expressivos tomaram a empresa, como diminuição no quadro de funcionários, unidades e centros de distribuição.
“Precisamos de tempo para reconstruir a companhia, para voltar a crescer. Eu não entrei aqui para fechar a empresa. Daremos dois passos atrás para dar dois passos lá na frente quando sairmos disso. Não é uma atitude fácil, mas temos que fazer um ajuste mais corajoso, que já começou com o anúncio de fechamento de parte das lojas dias atrás”, afirma Durchon.
Na semana passada foi anunciado que das 587 lojas do Dia, apenas 244 continuarão abertas. Já na questão dos colaboradores, a empresa prevê mais de 3 mil demissões, com a intenção de manter apenas 2 mil empregados no novo plano de reestruturação. Os centros de distribuição de Belo Horizonte, Americana e Mauá devem ser fechados, e o único que ficará em atividade será o de Osasco.