Em uma visita de Estado sem precedentes, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-ministra do Reino Unido, Keir Starmer, devem assinar acordos de cooperação em tecnologia e energia nuclear civil. A visita de Trump, a segunda ao país em dois meses, acontece em meio a expectativas do governo britânico de finalizar um acordo de tarifas de aço e alumínio com os EUA.
A chegada de Trump e sua esposa, Melania, nesta quarta-feira, será marcada pela pompa real britânica, incluindo um banquete de estado, um passeio de carruagem e um sobrevoo de aeronaves militares. O governo britânico espera que o encontro, que se estenderá até quinta-feira com conversas na residência de campo de Starmer em Chequers, fortaleça os laços entre as nações. A agenda incluirá discussões sobre a guerra na Ucrânia e a redução de tarifas em importantes setores.
Um porta-voz de Starmer afirmou que os líderes firmarão uma “parceria tecnológica líder mundial” e acordos de bilhões de dólares para desenvolver pequenos projetos nucleares. Essas iniciativas podem fornecer energia para novos data centers de inteligência artificial. “A relação entre o Reino Unido e os EUA é a mais forte do mundo”, disse o porta-voz, destacando a intenção de promover uma “mudança radical” na parceria.
Apesar das diferenças ideológicas — Starmer, um tecnocrata autoproclamado socialista, e Trump, um político republicano com uma postura imprevisível — os dois líderes construíram uma sólida relação de trabalho. Starmer foi o primeiro líder mundial a fechar um acordo econômico com o governo de Trump para reduzir as tarifas globais.
O acordo inicial, firmado em junho, garantiu a redução de tarifas sobre carros, mas a finalização do acordo para aço e alumínio ainda está pendente. O ministro de negócios britânico, Peter Kyle, garantiu que a questão do aço será resolvida o mais rápido possível.
Em um movimento para reforçar a relação bilateral, o Reino Unido anunciou no sábado mais de US$ 1,69 bilhão em investimentos de empresas americanas como PayPal e Bank of America. A expectativa é que Nvidia e OpenAI também anunciem investimentos significativos. A firma de private equity Blackstone, por sua vez, se comprometeu a investir 100 bilhões de libras em ativos britânicos na próxima década.
A visita, no entanto, é ofuscada pela recente demissão do embaixador do Reino Unido nos EUA, Peter Mandelson, por seus laços com o criminoso sexual Jeffrey Epstein, um episódio considerado “profundamente embaraçoso” para Starmer. Apesar disso, delegações britânicas estão nos EUA para finalizar os detalhes da visita, que também incluirá anúncios sobre laços culturais, como a promoção do basquete na Grã-Bretanha e parcerias entre instituições de arte.