O risco-país do Brasil, utilizado para medir os riscos de investimentos na economia do país, aumentou nos primeiros seis meses do ano, conforme levantamento da Guide Investimentos. Os dados indicam que, entre 1º de janeiro e 13 de junho, o indicador subiu 24,68 pontos, atingindo um total de 157,52 pontos.
Desde o início de 2024, as expectativas do mercado para inflação e taxa de juros pioraram. Por exemplo, o Relatório Focus desta semana aponta para uma alta na projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, de 3,96% para 3,98%, além de uma taxa terminal da Selic em 10,50%.
Com isso, o Brasil registrou a segunda maior alta entre os 22 países analisados, ficando atrás apenas da Colômbia, cujo índice subiu 34,50 pontos, totalizando 192,33 pontos. A África do Sul completa o pódio em termos de variação, com um aumento de 20,15 pontos, levando o risco-país de 202,16 para 222,31 pontos.
No ano passado, o risco-país do Brasil teve uma queda significativa de 121,84 pontos, passando de 254,27 pontos em 2 de janeiro para 132,43 pontos em 29 de dezembro.
O risco-país é calculado pelo Credit Default Swap (CDS) de 5 anos, que avalia o risco de calote na contratação de um empréstimo. A nação com o maior risco atualmente é a Argentina, que registra 1.289,55 pontos.
Paralelamente aos dados de risco-país, o mercado financeiro está preocupado com a saída de investidores estrangeiros da bolsa brasileira. Na semana passada, até quinta-feira (20), o saldo estava positivo em R$ 549,10 milhões, com os estrangeiros ingressando com R$ 617,79 milhões na B3 no dia seguinte à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Na ocasião, o Banco Central manteve a Selic no patamar de 10,50% ao ano. No entanto, no acumulado de junho, até o dia 20, a retirada de investimentos estrangeiros somou R$ 6,546 bilhões. Já no ano, a perda totaliza R$ 42,438 bilhões.