O CEO e chairman da Royal Air Maroc, Abdelhamid Addou, apresentou no LIDE Brazil Morocco Forum, em Marrakech, nesta quarta-feira (9), um ambicioso plano de expansão da companhia aérea marroquina, com destaque para a compra de até 200 aeronaves nos próximos dez anos – há negociações com a Embraer (leia abaixo). A meta é adquirir pelo menos 15 aviões por ano, como parte de uma estratégia para modernizar a frota e ampliar significativamente sua operação global. A empresa, que já é a segunda maior companhia aérea do continente africano, quer consolidar sua posição de liderança e presença internacional.
Um dos focos prioritários dessa expansão é o Brasil. Addou revelou que a Royal Air Maroc pretende multiplicar por quatro o fluxo de voos entre Marrocos e Brasil. Após a retomada da rota Casablanca–São Paulo — hoje com quatro frequências semanais e previsão de chegar a seis até o fim de 2026 — a companhia estuda também a reabertura da rota para o Rio de Janeiro, ampliando a conectividade entre os dois países. “É um bom início, mas ainda insuficiente. Temos potencial para muito mais”, afirmou o CEO, destacando o papel estratégico do Brasil como hub na América do Sul.
Na fala aos líderes empresariais e autoridades presentes, Addou mencionou a Embraer como parceira relevante nos planos de renovação da frota. A Royal Air Maroc já opera quatro jatos E190 da fabricante brasileira e, segundo o executivo, estuda a aquisição de modelos da nova geração E-Jet E2, reconhecidos por sua eficiência em rotas regionais e de médio alcance. “Nossos amigos da Embraer conhecem bem o tema”, disse, sinalizando que negociações estão em andamento. A parceria reforça a possibilidade de novos investimentos cruzados entre Brasil e Marrocos, tanto na área comercial quanto industrial.
Além do transporte de passageiros, o CEO destacou a atuação da Royal Air Maroc no setor aeronáutico. A companhia lidera o segmento de manutenção de motores na África e planeja dobrar essa capacidade nos próximos anos. Também está prevista a triplicação das operações de manutenção de aeronaves, com novos centros de serviço e expansão de infraestrutura técnica. “Somos um grupo em plena mutação. O que estamos construindo não é apenas uma malha aérea, mas um ecossistema de aviação moderno e competitivo”, concluiu Addou.