A Zamp, responsável pela operação do Burger King no Brasil, enfrenta um duplo desafio: incorporar as lojas da Starbucks no país enquanto lida com a saída de Ariel Grunkraut, um dos sócios fundadores e atual CEO. . Executar todas essas mudanças colocou um peso sobre as ações da companhia, que caem mais de 4%.
Grunkraut, um dos sete fundadores da Zamp, permanecerá no cargo até o dia 28 de junho. A sua saída foi anunciada na noite de sexta-feira. Nesta segunda-feira, as ações da empresa operavam em queda de 4,22% por volta das 14h45 (horário de Brasília), sendo cotadas a R$ 3,40. No acumulado do ano, a desvalorização chega a 39,50%.
O executivo, antes de assumir o cargo de CEO, já havia liderado as áreas de vendas, marketing e tecnologia. Sem o nome de um substituto, a avaliação dos analistas do Bradesco BBI é que a Zamp aumenta os seus riscos de execução de seus projetos.
“A Zamp passou por uma sucessão de mudanças desde que a Mubadala adquiriu o controle acionário, e a mudança de CEO em meio a esse processo, considerando também que a empresa está no meio da compra da Starbucks, pode aumentar os riscos de execução”, avaliaram os analistas.
A Mubadala assumiu o controle da Zamp em fevereiro, após aumentar gradualmente sua participação para quase 60%. Em outubro de 2023, o fundo já detinha 21% das ações da empresa do setor de alimentos. Com o controle, a Mubadala também aprovou a saída da empresa do Novo Mercado, o que explica parte da queda das ações no ano.
Em razão da aquisição, o Goldman Sachs reforçou que a Zamp estava reduzindo os investimentos para a expansão da rede própria do Burger King e, ao ter a rede de cafetarias, iria enfrentar novos tipos de desafios, mais precisamente o custo dos impostos de importação sobre o café e a concorrência com as padarias.