A São Martinho, um dos maiores grupos de produção de açúcar e etanol do país, registrou um declínio de 40,9% no lucro líquido do primeiro trimestre da safra 2025/26, totalizando R$ 62,8 milhões. Apesar da queda no lucro, a companhia anunciou a aprovação da segunda fase de seu projeto de etanol de milho e elevou sua projeção de investimentos para o ano.
O Ebitda ajustado da empresa, por outro lado, cresceu 19,7% no mesmo período, atingindo R$ 805 milhões, segundo relatório de resultados divulgado nesta segunda-feira (11).
O conselho de administração da São Martinho aprovou a segunda fase da unidade de etanol de milho em Quirinópolis, Goiás. O projeto, com investimento estimado de R$ 1,1 bilhão, vai adicionar capacidade para processar 635 mil toneladas de milho por ano e produzir 270 mil metros cúbicos de etanol.
O projeto será financiado com R$ 500 milhões do Fundo Clima e R$ 125 milhões via Finem. Os R$ 625 milhões aprovados pelo BNDES representam 53% do investimento total. Outros R$ 102,8 milhões virão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O apoio dos dois bancos juntos representa cerca de 62% do investimento total do projeto, que conta ainda com R$ 452,2 milhões em recursos da própria companhia.
O grupo prevê desembolsar 40% do valor na safra atual (2025/26), 50% na safra 2026/27 e o restante na safra 2027/28. A operação está prevista para começar no segundo semestre de 2027 e atingir 100% da capacidade a partir da safra 2029/30.
A operação fortalece a cadeia de fornecimento de equipamentos nacionais, já que 34,1% do projeto se destina à aquisição de máquinas produzidas no país. Esse percentual, no entanto, pode sofrer variações ao longo da execução do projeto, conforme ajustes operacionais e contratuais.
Com a aprovação da expansão e a aquisição parcial dos ativos da Usina Santa Elisa em julho, a São Martinho revisou sua projeção de investimento total (capex) para a safra 2025/26, elevando-a de R$ 2,3 bilhões para R$ 3 bilhões.
“O apoio do Banco a projetos como esse está alinhado à Nova Indústria Brasil do Governo Federal que busca modernizar e tornar nossa indústria mais competitiva e sustentável até 2033”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Ele destacou ainda que o etanol de milho representa um avanço importante na transição energética do país: “Estamos fortalecendo cadeias produtivas estratégicas, promovendo a descarbonização e contribuindo para um modelo industrial de baixo carbono, com geração de emprego e inovação tecnológica”, completou.