A Schneider Electric, gigante industrial francesa e maior empresa de energia da França em valor de mercado, anunciou nesta quarta-feira (19) a assinatura de novos contratos no valor total de quase US$ 2,3 bilhões com duas grandes operadoras de data centers nos Estados Unidos. O movimento reflete como a crescente adoção da Inteligência Artificial (IA) está acelerando a demanda por infraestrutura especializada e de alto consumo energético.
Os contratos foram oficializados durante um evento do setor em Las Vegas. O acordo mais significativo foi uma parceria de US$ 1,9 bilhão com a empresa de tecnologia privada Switch. O contrato abrange o fornecimento de módulos de energia e sistemas de refrigeração para suportar a infraestrutura de data centers da Switch. Este é, até o momento, o maior contrato de serviços de refrigeração da Schneider para data centers na América do Norte.
O segundo contrato, avaliado em US$ 373 milhões, foi firmado com a Digital Realty (DLR.N), sediada no Texas. Este acordo envolve o fornecimento de sistemas de alimentação ininterrupta (UPS) e painéis elétricos. Um porta-voz da Schneider confirmou que as entregas para ambos os contratos serão faseadas ao longo de 2025 e 2026.
A Schneider Electric consolidou-se como uma fornecedora fundamental para data centers, fabricando desde racks de servidores até equipamentos de refrigeração e energia que formam a espinha dorsal da infraestrutura necessária para suportar a IA.
A empresa também está colaborando com a fabricante de chips Nvidia (NVDA.O) para projetar sistemas de refrigeração para os chips de IA mais potentes da companhia. Segundo Vandana Singh, vice-presidente sênior da divisão de energia segura da Schneider na América do Norte, “A infraestrutura atual dos centros de dados não foi projetada para atender às demandas da IA”.
A solução de refrigeração fornecida pela Schneider, destacada no acordo com a Switch, visa justamente expandir a capacidade de IA sem aumentar proporcionalmente a demanda de energia.
Os grandes provedores de serviços em nuvem, conhecidos como hiperescaladores (Amazon, Meta, Google e Microsoft), estão em uma intensa corrida para construir essa infraestrutura. Documentos das empresas indicam que elas devem investir mais de US$ 360 bilhões somente em 2025.
Essa demanda massiva está gerando forte pressão: analistas do Morgan Stanley estimam que a demanda global de energia proveniente de data centers deve quase triplicar nos próximos três anos, sobrecarregando as redes elétricas americanas.
Para a Schneider, o segmento de data centers representa quase um quarto da sua receita total. Analistas financeiros esperam que a empresa divulgue novas metas relacionadas ao desenvolvimento da IA em seu evento para o mercado de capitais em Londres, agendado para o dia 11 de dezembro.