Essa semana começamos o clube do livro “Empresas que curam”, dos autores da citação acima, e, não há como não deixar de dividir e compartilhar alguns insights interessantes logo no início da leitura, a fim de ajudar no despertar da consciência dos negócios para ajudar a salvar o mundo.
Com 3 crises planetárias (emergência climática, perda da biodiversidade e poluição) e com o efeito das mudanças climáticas já sentidos e percebidos – com eventos climáticos cada vez mais intensos e catastróficos -, é impossível desconsiderar tais desafios e tentar contribuir, senão com a solução, ao menos, com a mitigação e aumento de resiliência dos sistemas. Afinal, nós não existimos em um vácuo.
A nova economia já fala do capitalismo de stakeholders, ao invés de shareholders, uma vez que não é mais socialmente aceitável desconsiderar as externalidades negativas dos processos produtivos, inclusive, por receio do cancelamento e da perda da licença social.
A licença social das empresas refere-se à responsabilidade que as organizações têm em contribuir positivamente para a sociedade e o meio ambiente em que operam. Isso implica que as empresas não devem visar, exclusivamente, o lucro, mas também considerar os impactos sociais e ambientais de suas atividades.
A função social envolve desde a criação de empregos, o pagamento de impostos, o respeito aos direitos dos trabalhadores, a promoção da diversidade e inclusão, bem como a adoção de práticas sustentáveis que, minimizem seus impactos negativos e maximizem seus impactos positivos, em consonância com os objetivos do desenvolvimento sustentável, especificamente, aqueles mais aderentes ao seu negócio.
Para isso, precisamos descortinar o propósito fundamental das empresas. Qual dor, nicho de mercado ela queria resolver o problema ao ser criada. A partir daí, analisar o ponto onde se encontra agora e vislumbrar o ponto em que ajudará a tornar o mundo um lugar melhor, com legado, um propósito elevado e a preocupação com as partes interessadas – incluindo clientes, colaboradores, fornecedores, a comunidade onde a empresa está inserida e até a própria Terra.
Com isso, ao invés de causar o sofrimento exarcerbado, essas empresas o evitam e até o aliviam, com um profundo senso de responsabilidade social e ambiental e legado positivo perante a sociedade.
Como?
Com empresas mais criativas, conscientes e solidárias – organizações positivas centradas em pessoas e que exercem um efeito curador aos stakeholders, por meio da escuta ativa, aprendizado colaborativo, pertencimento e desenvolvimento de pessoas, transformando o local de trabalho, de um lugar de estresse e medo, para um lugar de crescimento, desenvolvimento e partilha.
E o lucro nisso tudo?
O lucro é um bem social. É uma irresponsabilidade social uma empresa não ser lucrativa. A busca pela riqueza alimenta a criatividade, a inovação e o empreendedorismo. Além do mais, sem lucros, não há receita tributária, e sem receita tributária não pode haver infraestrutura e serviços públicos.
Assim, trabalho e vida não precisão de equilíbrio, precisam de integração. Qualquer que seja o nível de renda, quando não há significado e propósito, quando nos sentimos desumanizados e objetificados, experimentamos sofrimento emocional e espiritual.
“O ser humano é parte de um todo chamado por nós de ‘universo’, uma parte limitada no tempo e espaço”. Albert Einstein
Darwin acredita que a empatia é o nosso instinto mais forte e a razão pela qual nós, seres humanos, chegamos até aqui. De certa forma, nós nascemos para o avanço como espécie.
Contudo, a indiferença em relação a outros seres humanos está profundamente arraigada na estrutura conceitual da economia. Ao contrário disso, precisamos criar uma Teoria que tenha em mente o verdadeiro ser humano – altruísta, atencioso, solidário, confiável, gregário, amigável -, e não, uma versão distorcida e miniaturizada do mesmo.
Referência Bibliográfia
Sisodia, R.; Gelb M. J. Empresas que curam: despertando a consciência dos negócios para ajudar a salvar o mundo. Editora Alta Books. 1.ª edição, 2020.