O setor de serviços no Brasil continuou a demonstrar resiliência em agosto de 2025, renovando o patamar recorde da série histórica, apesar do cenário de desaceleração econômica causado pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados (15%).
De acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços teve uma expansão de 0,1% na comparação com julho, resultado que ficou em linha com a expectativa do mercado.
O resultado de agosto marca o sétimo avanço mensal consecutivo, a mais longa sequência positiva desde o período entre fevereiro e setembro de 2022. No acumulado dessa sequência de alta, o setor soma um crescimento de 2,6%. Na comparação anual, o volume de serviços cresceu 2,5% em relação a agosto do ano anterior, também dentro do esperado.
A resiliência do setor é atribuída, em parte, ao mercado de trabalho aquecido e a medidas pontuais de estímulo à demanda, que amortecem o impacto da política monetária contracionista.
O principal motor do crescimento em agosto foi o grupo de serviços profissionais, administrativos e complementares, que registrou alta de 0,4%. Segundo o IBGE, esse resultado foi impulsionado por segmentos como:
- Empresas de programas de fidelidade e cartões de desconto.
- Atividades jurídicas.
- Aluguel de máquinas e equipamentos.
Outras atividades que registraram ganhos no mês foram:
- Serviços prestados às famílias: +1,0%.
- Outros serviços: +0,6%.
- Transportes: +0,2%.
A única atividade a apresentar queda foi informação e comunicação, com retração de 0,5%, sob pressão dos segmentos de suporte técnico, manutenção e outros serviços de TI, além da exibição e distribuição cinematográfica. O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, explicou que a queda na área cinematográfica se deve a uma base de comparação elevada em julho, mês tipicamente impactado pelas férias.
O índice de atividades turísticas inverteu a tendência, crescendo 0,8% em agosto em relação a julho, após registrar três resultados negativos seguidos. No entanto, o segmento ainda está 2,0% abaixo do seu ápice histórico, alcançado em dezembro de 2024. Lobo explicou que a alta de agosto é uma recuperação, pois os meses anteriores foram prejudicados pelo aumento dos preços das passagens aéreas, que reduziu o volume do transporte aéreo, um componente chave do turismo.