A nova proposta de meta climática para a Segunda Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do país, no âmbito do Acordo de Paris (2030-2035), foi divulgada pelo Observatório do Clima (OC) na segunda-feira (26).
De acordo com a publicação, o Brasil deve reduzir suas emissões líquidas em pelo menos 92% até 2035 em relação a 2005. Um dos maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa (GEE), o setor de transportes corre contra o tempo para cumprir as metas de descarbonização em suas operações, já que o segmento responde por 16% das emissões de GEE, no Brasil.
Segundo a especialista do Mova-se Fórum de Mobilidade, Gabriela Queluz, a descarbonização da frota de ônibus é um passo fundamental dentro dessa dinâmica, e tem como objetivo não somente a sustentabilidade ambiental, mas também a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos goianienses.
“Em Goiás, a Lei nº 22.666 de 2024 é um marco nesse sentido, pois estabelece diretrizes claras para a adoção de combustíveis limpos e renováveis, alinhando-se com as metas de desenvolvimento sustentável do Estado”, avalia. A partir da nova legislação, o transporte coletivo da Grande Goiânia passa por um processo de reestruturação, com a aquisição de ônibus elétricos e a diesel Euro 6, que são tecnologias responsáveis pela baixa da emissão de GEEs.
No corredor do Eixo Anhanguera, por exemplo, 83 ônibus a diesel serão substituídos por veículos elétricos articulados e no BRT Norte/Sul serão 62 não articulados. De acordo com Gabriela, entre os benefícios conhecidos ou presumidos da tecnologia dos ônibus elétricos, o maior é a redução de emissões de poluentes locais e gases de efeito estufa, seguido pelos níveis de ruído, custo para abastecimento/recarga, do consumo energético e dos custos de manutenção.
“A explicação para tantos benefícios está no uso de tecnologias e protocolos que buscam diminuir a liberação de gases do efeito estufa, produzidos pela queima de combustível. Um exemplo é que nos veículos certificados como Euro 6 é obrigatório o uso de diesel com teor reduzido de enxofre. O sistema conta ainda com um conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para veículos pesados que equipados com motores a diesel que são mais rígidas”, finaliza Gabriela Queluz.