O primeiro semestre de 2024 foi marcado por quedas nas commodities agrícolas, como milho, soja e trigo, influenciadas pelo clima, boas perspectivas das lavouras, produção, juros nos EUA e o dólar no foco do mercado.
Os contratos de trigo com vencimento para setembro de 2024 recuaram 10,17% desde janeiro. De junho de 2023 até abril de 2024, os preços seguiram uma tendência de queda, que só foi revertida entre abril e junho devido às notícias de quebra de safra na Rússia e na União Europeia, o que provocou uma recuperação nos preços.
Rafael Silveira, analista de soja na Safras & Mercado, apontou que fatores como a safra elevada na Argentina e bons números no Brasil, apesar dos problemas climáticos, explicam os movimentos de baixa para a oleaginosa. Os contratos de soja com vencimento para agosto recuaram 11,72% de janeiro até agora. O milho também registrou uma queda significativa, com seu contrato futuro com vencimento para setembro caindo 18,5% desde janeiro.
Para Allan Maia, da Safras & Mercado, os últimos dados de lavouras dos Estados Unidos apontam mais para manutenção do cenário de baixa nos preços do milho. “A área plantada nos EUA veio acima das expectativas e as projeções indicam bons volumes. Nas próxima semanas, o foco deve ficar por conta do clima nas lavouras e o fluxo de exportação norte-americanas. Por enquanto, as projeções são mais para baixa do que alta”, comenta.
Para o segundo semestre, às atenções do mercado de soja se voltam para safra dos Estados Unidos, com área maior comparada ao ano passado, boas condições nas lavouras e uma produção estimada acima de 120 milhões de toneladas.