Start Carreiras se transforma em Vetto e aposta no Brasil como novo polo de inteligência humana

Roberta Antunes e José André Nunes Divulgação

A Start Carreiras anuncia sua transição para Vetto, iniciando uma nova etapa de atuação. A empresa deixa o modelo centrado em programas de estágio para operar como uma plataforma que conecta pesquisadores(as) e especialistas do Brasil e da América Latina a projetos globais de Inteligência Artificial, em formato remoto e com remuneração por projeto, em frentes como curadoria de dados, avaliação de modelos e segurança de IA.

A  transformação da empresa ocorre em meio ao ciclo de investimentos mais acelerado da história recente em Inteligência Artificial, que ampliou a necessidade de dados qualificados e avaliação humana independente para treinar e validar modelos avançados. Estimativas do setor indicam que o mercado global de serviços humanos para IA (que inclui curadoria, feedback especializado e validação) deve se aproximar de US$ 20 bilhões por ano até o fim da década. Nesse contexto, países emergentes com forte base acadêmica ganham espaço como provedores estratégicos de conhecimento técnico.

Ao longo dos últimos anos, a Start construiu uma das maiores redes acadêmicas da região, com mais de 1 milhão de estudantes universitários, 50 mil pós-graduados e 10 mil docentes. Essa base passa agora a ser direcionada para projetos técnicos ligados ao avanço de modelos de IA, em um momento em que a economia digital amplia a demanda por especialistas capazes de atuar em processos de alinhamento humano, auditoria de respostas, identificação de riscos e red-teaming.

Segundo José André, fundador e CEO da Vetto, “Estamos vivendo uma das maiores revoluções tecnológicas da história. A Inteligência Artificial vai transformar o mercado de trabalho, mas não é motivo de medo. Na Vetto, acreditamos que a IA não substitui pessoas, ela cria novas oportunidades e funções, onde pensamento crítico, ciência e contexto ganham ainda mais valor. Nosso propósito é preparar e conectar talentos para que sejam protagonistas dessa transformação.”

De acordo com a empresa, profissionais selecionados recebem convites para projetos com faixas transparentes e modelo autônomo, com pagamentos que podem chegar a R$ 600 por hora em atividades especializadas. A Vetto atua como ponte entre especialistas e os mais relevantes laboratórios de inteligência artificial do mundo e grandes empresas de tecnologia, oferecendo onboarding técnico, avaliação de competências e múltiplas camadas de controle de qualidade para garantir consistência e rigor, sem estabelecer vínculo empregatício local.

A mudança também acompanha a chegada de Roberta Antunes, ex-Hashdex, como cofundadora, responsável por go-to-market e expansão da operação nos Estados Unidos. Antunes, que atuou na liderança de crescimento da Hashdex e tem passagem pelo Vale do Silício, passa a conduzir a inserção da Vetto no ecossistema global de IA.

A chegada de Antunes reforça a ambição da nova fase. Para ela, “o Brasil forma cientistas e pesquisadores em escala, mas ainda captura pouco valor no ciclo global de tecnologia. A IA abriu uma fronteira em que conhecimento científico e senso crítico se tornam ativos econômicos. A Vetto nasce para conectar essa capacidade ao centro do desenvolvimento tecnológico mundial”.

Nos últimos anos, empresas especializadas em treinamento e avaliação de modelos de IA nos Estados Unidos e na Europa apareceram entre as que mais cresceram em receita no setor de tecnologia, impulsionadas pela corrida global para desenvolver sistemas mais precisos, seguros e úteis. Essa transformação abre uma janela estratégica para a América Latina: existe uma base científica robusta, com pesquisadores altamente qualificados, mas ainda pouco conectados a projetos comerciais de impacto global. Ao aproximar esse talento da fronteira prática da IA, a região tem chance real de converter capital intelectual em valor econômico.

Segundo Ricardo Scarpari, cofundador da Vetto, “o ciclo de inovação atual depende do encontro entre tecnologia e capital intelectual. O Brasil e a América Latina têm densidade acadêmica para ocupar esse espaço. A inteligência humana segue no centro do avanço da IA, e nossa missão é conectá-la a programas de alto impacto”.

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