A Elysian, startup holandesa, anunciou recentemente a produção de um avião elétrico com capacidade para 90 passageiros e possibilidade de voar por 800 quilômetros com apenas uma recarga. A expectativa da empresa é de que voos testes aconteçam até 2033.
Essa não é a primeira vez que um projeto de avião elétrico aparece nos planos de startups ao redor do mundo – em 2022, a Eviation fez um teste com um modelo, contudo, a aeronave desenvolvida tinha espaço apenas para 9 passageiros.
Com o objetivo de quebrar o entendimento a respeito de aviões totalmente elétricos, Reynard de Vries, diretor de design e engenharia da Elysian, desafia a crença ao afirmar que ela se baseia “em um conjunto de cálculos que as pessoas fizeram”.
“Essas pessoas pensaram assim: ‘vamos pegar a melhor aeronave de curto alcance possível e tentar eletrificá-la. O que aconteceria se, em vez de usar combustível, usasse baterias? Se qualquer um fizer as contas, vai perceber que será um avião com desempenho muito ruim. O alcance será limitado”, diz o diretor da startup.
Muito se fala a respeito da diminuição nas emissões de carbono – todas as áreas buscam adaptação nos processos para se adequar às metas ESG, propostas para reduzir os danos ao meio-ambiente e que agora são peça-chave para o mercado em 2024. Em entrevista para a coluna da Exame, “Histórias de Sucesso”, Tarcila Ursini, conselheira da Korin Agropecuária, afirma que “ESG representa cada vez mais um imperativo de negócios”.
“No Brasil, muitas lideranças ainda estão pouco sensíveis e apenas acompanhando esse movimento. Em geral, acredito que há pouca visão sobre a revolução que está acontecendo na economia”, diz Tarcila, que afirma que “é uma revolução, que vai disruptar todos os setores e todos os negócios. Se não acompanharmos tudo isso, correremos um enorme risco de perder, por exemplo, os melhores contratos, os melhores talentos, os melhores créditos”.
As companhias estão cada vez mais acelerando os planos para substituírem materiais degradantes ao meio-ambiente por opções sustentáveis – na aviação, a Elysian prova que é possível sim fazer essa troca. Atualmente, há a produção de combustível sustentável de aviação (SAF, sigla em inglês). Em dezembro do ano passado, a Boeing em parceria com a Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), levantou que o Brasil pode gerar até 9 bilhões de litros com a utilização de resíduos da agricultura. Clique aqui para saber mais.