Stellantis anuncia demissão de CEO após quedas nas vendas

Novo CEO será encontrado no primeiro semestre do ano que vem

O presidente-executivo da Stellantis, Carlos Tavares, renunciou abruptamente no domingo, apenas dois meses depois de a empresa emitir um alerta de lucro. A fabricante dos carros Jeep, Fiat e Peugeot perdeu cerca de 40% de seu valor de mercado neste ano.

Em comunicado, a Stellantis informou que planeja buscar um substituto para o cargo de CEO no primeiro semestre de 2025. Henri de Castries, diretor sênior independente da companhia, afirmou que a renúncia de Tavares foi motivada por divergências nas últimas semanas entre os principais acionistas, o conselho e o executivo.

A renúncia de Carlos Tavares ocorreu após um período tumultuado para a Stellantis, que incluía uma previsão de queima de caixa de até 10 bilhões de euros (US$ 10,6 bilhões). Esse déficit foi direcionado principalmente a vendas lentas e estoques elevados no mercado norte-americano, considerado o principal motor de lucros do grupo.

O alerta de lucro levou a uma ampla reformulação na alta gestão da empresa, incluindo mudanças nas cargas do diretor financeiro e do chefe de operações na América do Norte, mas inicialmente preservadas a posição de Tavares. Posteriormente, a Stellantis anunciou que Tavares não buscaria renovar seu mandato como CEO e planejaria se aposentar ao término de seu mandato atual, no início de 2026.

O processo de seleção de um novo CEO foi originalmente programado para ser concluído no último trimestre de 2025, mas uma renúncia repentina pode acelerar essa transição.

As ações da Stellantis registraram uma queda de aproximadamente 40% em 2024, em contraste com as ações de suas concorrentes norte-americanas: a Ford Motor caiu 7% no ano, enquanto a General Motors sofreu uma desvalorização ainda mais acentuada, de 55%.

John Elkann, descendente da família Agnelli e principal acionista da Stellantis por meio da empresa de investimentos EXOR, agradece a Carlos Tavares por seu papel fundamental na criação da Stellantis. Sob a liderança de Tavares, a companhia se consolidou como a quarta maior montadora do mundo em vendas.

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