A Stellantis anunciou nesta segunda-feira (29) a nomeação do brasileiro João Laranjo como seu novo vice-presidente financeiro, com efeito imediato. Ele substitui Doug Ostermann, que deixou o cargo por motivos pessoais.
Laranjo tem uma longa trajetória no setor automotivo e na própria Stellantis. Ele ingressou na Fiat Chrysler Automobiles em 2009, antes da fusão que deu origem ao grupo, como vice-presidente de contabilidade para a América Latina. Em 2017, assumiu a vice-presidência financeira da companhia na América do Norte, função que exerceu até 2023.
No ano seguinte, o executivo se transferiu para a Goodyear, onde ocupou a vice-presidência de finanças para as Américas. Em fevereiro de 2025, retornou à Stellantis como vice-presidente financeiro para a América do Norte, antes de ser promovido agora ao comando global da área. Ele é formado em Administração de Empresas pela PUC Minas e possui um MBA pelo IBMEC.
O CEO da Stellantis, Antonio Filosa, destacou a experiência de Laranjo e sua trajetória dentro do grupo.
“Tendo trabalhado em estreita colaboração com João por 15 anos e testemunhado sua ascensão na hierarquia, sempre fiquei impressionado com sua excelente perspicácia financeira, mentalidade voltada para resultados e profundo entendimento das complexidades de nosso setor”, afirmou Filosa, que já liderou a operação sul-americana da montadora antes de assumir a presidência global.
De modo geral, a Stellantis está passando por um momento financeiro desafiador, com resultados mais fracos reportados no início de 2025, mas a empresa está focada em medidas de recuperação.
Os resultados do primeiro semestre de 2025 da Stellantis mostram uma deterioração em relação aos anos anteriores, impulsionada principalmente por fatores externos e ajustes internos. A empresa reportou um prejuízo líquido de €2,3 bilhões, uma queda significativa em comparação ao lucro líquido de €5,6 bilhões no primeiro semestre de 2024.
Houve uma queda de 13% na receita líquida, totalizando €74,3 bilhões, devido a um desempenho mais fraco na América do Norte e na Europa Ampliada. O fluxo de caixa livre industrial foi negativo em €3,0 bilhões, refletindo a menor geração de lucros operacionais e altos gastos com pesquisa, desenvolvimento (P&D) e investimentos (CapEx). A margem caiu drasticamente para 0,7% no 1º semestre de 2025, bem abaixo dos 10,0% no mesmo período de 2024.
A nova liderança, com o CEO Antonio Filosa e o novo CFO João Laranjo, está focada na execução de ações de recuperação e prevê uma melhora contínua nos resultados do 2º semestre de 2025.