O superávit comercial do Brasil caiu 65,1% em janeiro na comparação anual, totalizando US$ 2,2 bilhões, segundos dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O saldo ficou bem abaixo dos US$ 6,2 bilhões registrados no mesmo período de 2023 e também das projeções de analistas consultados pela Reuters, que esperavam US$ 3 bilhões.
A forte redução foi impulsionada pelo aumento expressivo das importações, que cresceu dois dígitos, enquanto as exportações recuaram, refletindo um cenário menos favorável para o comércio exterior brasileiro. Entre os fatores que podem ter contribuído para esse desempenho estão a queda na demanda global por commodities, as oscilações no câmbio e o avanço do consumo interno, que tendem a aumentar as compras de produtos estrangeiros.
A piora no saldo comercial pode ter implicações na balança cambial e na dinâmica do real frente ao dólar, além de representar um desafio para o desempenho econômico nos próximos meses.
A redução no superávit foi impulsionada por uma queda de 5,7% nas exportações, que totalizaram US$ 25,2 bilhões. As principais exportações brasileiras, como petróleo bruto e minério de ferro, enfrentaram quedas significativas nos preços, afetando o desempenho global.
Em contrapartida, as importações cresceram 12,2%, somando US$ 23 bilhões. Esse aumento foi impulsionado principalmente pela maior demanda por combustíveis, fertilizantes, motores e máquinas não elétricas, além de peças e acessórios automotivos.
No início do mês, o governo brasileiro revisou sua projeção para o superávit comercial de 2024, estimando que o saldo fique entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões, um nível de ajuste em relação à previsão anterior de US$ 74,6 bilhões. Este desempenho representa desafios para as projeções de crescimento e pode impactar a balança cambial, afetando a economia brasileira ao longo do ano.