A Suzano (SUZB3), maior produtora mundial de celulose de eucalipto, anunciou na terça-feira (9) sua projeção de investimentos para o próximo ano fiscal. A companhia estima desembolsar R$ 10,9 bilhões em 2026, uma redução em relação à expectativa de R$ 13,3 bilhões prevista para o ano de 2025.
A maior parte do capital para 2026, cerca de R$ 7,3 bilhões, será direcionada à manutenção das instalações operacionais. A Suzano planeja ainda destinar R$ 2,6 bilhões para terras e florestas e R$ 800 milhões para projetos de expansão e modernização, conforme detalhado em fato relevante.
A redução nos gastos de manutenção para 2026 é explicada, principalmente, pela menor necessidade de investimento em manutenção florestal, o que inclui a diminuição no plantio físico (silvicultura) e nos volumes de compra de madeira em pé.
Essa menor exigência de recursos decorre diretamente de um acordo de permuta de madeira em pé firmado em agosto com a Eldorado Brasil. O volume de madeira cedido pela Eldorado está estrategicamente localizado no Mato Grosso do Sul, região que atende a uma das principais unidades fabris da Suzano. Ao colher esta madeira mais cedo (entre 2025 e 2027), a Suzano reduz significativamente os custos e o tempo de transporte de matéria-prima para suas fábricas.
Como a Suzano terá acesso à madeira da Eldorado nos próximos anos, ela reduz a necessidade de investir na criação e manutenção de suas próprias florestas (silvicultura) e de comprar madeira no mercado livre. Ao diminuir a necessidade de grandes desembolsos em plantio e manutenção florestal, a Suzano libera capital para ser direcionado a outros projetos estratégicos, como a modernização de fábricas ou o fortalecimento de sua posição de mercado.
A Eldorado colherá o volume equivalente da Suzano. Esse período é compatível com o ciclo de crescimento e maturação das florestas, equilibrando o impacto total ao longo de um período de sete anos (2025 a 2031).
Em resumo, o acordo é uma troca inteligente de ativos que proporciona à Suzano flexibilidade financeira e otimização de custos operacionais no curto e médio prazo, garantindo que suas fábricas sejam abastecidas com matéria-prima de forma mais eficiente.








