Tarifa de 50% atinge subprodutos do suco de laranja

O setor brasileiro de exportação de suco de laranja projeta perdas totais de mais de R$ 2,9 bilhões, mesmo com o suco de laranja concentrado escapando da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. A estimativa, divulgada pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), considera o impacto da taxação sobre subprodutos e a forte desvalorização nos preços internacionais.

A CitrusBR estima um prejuízo de R$ 1,54 bilhão. Este valor inclui os seguintes impactos:

Além das tarifas, o setor enfrenta uma forte queda nos preços internacionais. Segundo dados do Fundecitrus, a oferta de frutas aumentou 36% em relação à safra anterior, o que derrubou as cotações. O preço médio da tonelada exportada para os EUA caiu 20,17%, passando de US$ 4.243 para US$ 3.387.

Mantendo o volume de exportação, essa desvalorização representa uma perda de receita de R$ 1,43 bilhão. Somando as perdas das tarifas e a desvalorização, o impacto total ultrapassa os R$ 2,9 bilhões.

De acordo com o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, a sobretaxação dos insumos inviabiliza a operação para empresas americanas que dependem desses produtos. Isso pode ter um efeito negativo na experiência do consumidor, já que 58% do suco consumido nos Estados Unidos é reconstituído e depende de insumos brasileiros.

Os óleos essenciais, fundamentais para a indústria de cosméticos e perfumes, também são afetados. Os Estados Unidos são um dos principais destinos para esses insumos brasileiros, importando cerca de 60% do d-limoneno, usado em fragrâncias e solventes naturais.

“Pode ser um impacto muito grande para esses setores”, reforçou Netto, destacando que, apesar do alívio com a inclusão na lista de exceções, os impactos são significativos em um mercado já desafiador.

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