Taxa de cancelamento da Netflix dispara após posicionamento de CEO

A taxa de cancelamentos quase triplicou após apoiadores de Trump convocarem boicote contra o serviço de streaming

Houve um aumento significativo no número de assinaturas canceladas da Netflix nos Estados Unidos, após Reed Hastings, presidente e cofundador da empresa, anunciar seu apoio financeiro à campanha de Kamala Harris para as eleições presidenciais dos EUA de 2024. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, esse anúncio gerou um fato negativo de alguns assinantes, o que levou a um aumento nas cancelamentos do serviço de streaming.

Segundo a pesquisa da consultoria Antenna, a taxa de cancelamentos, conhecida como “churn” na indústria, quase triplicou nos Estados Unidos após o apoio de Hastings. Em julho, a taxa de cancelamentos da Netflix atingiu 2,8%, o maior índice desde fevereiro, em parte devido à decisão da empresa de eliminar seu plano básico, que era a versão mais barata e sem anúncios.

Reed Hastings doou US$ 7 milhões (aproximadamente R$ 38 milhões) para a campanha da candidatura democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais de 2024. Hastings anunciou o valor da doação durante uma entrevista ao site de notícias The Information em 24 de julho de 2024, um dia após expressar seu apoio público a Harris em um post nas redes sociais.

No post, ele parabenizou Harris e declarou: “Parabéns a Kamala. Agora é hora de vencer.” Este gesto gerou polêmica, resultando em um aumento significativo de cancelamentos de assinaturas da Netflix nos Estados Unidos.

Empresas de entretenimento frequentemente enfrentam reações adversárias quando seus executivos tomam posições políticas. A Walt Disney é um exemplo notável, tendo nos últimos dois anos em conflito com o governador da Flórida, Ron DeSantis, após criticar a chamada “Lei dos Direitos dos Pais na Educação” (conhecida como “Don’t Say Gay”), que restringe discussões sobre orientação sexual e identidade de gênero nas escolas.

A postura da Disney contra essa legislação levantada em uma série de retaliações políticas e legais por parte do governo da Flórida, o que intensificou a tensão entre a empresa e o governo estadual, além de gerar debates sobre o papel das corporações em questões sociais e políticas.

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