A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho, atingindo um novo recorde de baixa desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. O resultado, divulgado nesta terça-feira, superou a expectativa dos economistas, que previam um índice de 5,7%.
A queda representa uma forte recuperação em relação aos 6,6% registrados no trimestre até abril. O número de pessoas ocupadas também bateu um novo recorde, chegando a 102,4 milhões. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores teve alta de 1,3% no trimestre e de 3,8% na comparação anual, indicando uma melhora na renda.
A resiliência do mercado de trabalho tem sido um ponto de atenção para o Banco Central. A divulgação dos dados, inicialmente prevista para o final de agosto, foi adiada para correções técnicas. O IBGE informou que os dados referentes a agosto serão publicados no dia 30 de setembro. Além disso, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado também bateu recorde, chegando a 39,1 milhões. A renda média dos trabalhadores também registrou crescimento, indicando uma melhora no poder de compra das famílias, um fator crucial para impulsionar o consumo e a atividade econômica.
Apesar dos resultados positivos, a informalidade ainda é um ponto de atenção. A taxa de informalidade se manteve em um patamar elevado (37,8%), o que, embora não tenha sido uma alta significativa, mostra que a expansão do emprego ainda se dá, em parte, por meio de trabalhos sem carteira assinada.
O cenário de emprego aquecido é um fator importante para as decisões do Banco Central sobre a política monetária. A resiliência do mercado de trabalho tem sido observada pelo BC, que precisa ponderar essa força com os sinais de desaceleração gradual da economia. O acompanhamento dos próximos dados, especialmente a taxa de desemprego de agosto que será divulgada em 30 de setembro, será fundamental para entender a continuidade dessa tendência.
A melhora fica ainda mais evidente na comparação com o ano anterior. No trimestre encerrado em julho de 2024, a taxa de desemprego era de 6,8%. A queda de 1,2 ponto percentual em 12 meses não apenas representa mais pessoas empregadas, mas também indica uma tendência consistente de recuperação. No trimestre encerrado em abril de 2025, por exemplo, o índice estava em 6,6%. A queda de um ponto percentual em apenas três meses mostra uma forte dinâmica de criação de postos de trabalho.