A taxa de desemprego no Brasil permaneceu em 5,6% no trimestre encerrado em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (30). O resultado não apenas iguala a taxa registrada no trimestre até julho, mas também repete a mínima histórica da série, iniciada em 2012.
O número veio em linha com a mediana das projeções do mercado (5,6%) e confirma a força e a resiliência do mercado de trabalho, mesmo diante da desaceleração gradual da economia. Na comparação com o trimestre encerrado em maio (6,2%), houve uma queda significativa na desocupação. Em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a taxa era de 6,6%, a melhora é ainda mais expressiva.
A resiliência do mercado de trabalho, com renda em elevação, ajuda a sustentar a economia através do consumo das famílias. Contudo, esse cenário representa um alerta para o Banco Central (BC), pois dificulta o controle da inflação, sobretudo a de serviços.
Neste mês, o BC decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 15%, destacando que o ambiente incerto demanda cautela e que a manutenção dos juros nesse patamar por um período prolongado será avaliada como estratégia para levar a inflação à meta.
O total de pessoas desempregadas caiu 9,0% ante o trimestre até maio, atingindo 6,084 milhões de pessoas, o menor contingente desde o início da série histórica. Em contrapartida, o total de pessoas ocupadas alcançou 102,418 milhões de trabalhadores, um aumento de 0,5% na comparação trimestral e 1,8% em relação ao ano anterior.
O mercado formal também atingiu um recorde: o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado subiu 0,4% frente ao trimestre anterior, chegando a 39,118 milhões de pessoas.
O analista da pesquisa, William Kratochwill, explica que o mercado aquecido e a menor disponibilidade de mão de obra levam a uma alteração no perfil das contratações, impulsionando mais benefícios para os trabalhadores, como o registro em carteira. Ele também pontuou que a queda na desocupação foi influenciada pelo setor de educação pública, devido a contratações temporárias em educação pré-escolar e fundamental.
A renda média real do trabalhador brasileiro também apresentou alta, chegando a R$ 3.488 nos três meses até agosto, uma elevação de 0,9% em relação ao trimestre anterior (R$ 3.457).