Tensão no Mar Vermelho faz índice mundial de contêineres atingir maior valor desde 2022

A persistente tensão na região do Mar Vermelho, marcada por inúmeros ataques da milícia Houthi desde o final do ano passado e por bombardeios retaliatórios dos EUA e do Reino Unido, continua impactando significativamente o comércio marítimo.

Dados recentes do Índice Mundial de Contêineres, da consultoria de supply chain Drewry, revelam um aumento de 23% no custo por contêiner de 40 pés em uma semana, atingindo US$ 3.777, o patamar mais elevado desde outubro de 2022.

Essa quantia representa um acréscimo de 82% em comparação com a mesma semana do ano anterior e está 166% acima das médias de taxas em 2019 (antes da pandemia), que eram de US$ 1.420.

Os fretes de Roterdã para Xangai destacaram-se na semana, registrando um aumento de 50%, ou US$ 323, atingindo US$ 975 por contêiner de 40 pés. Por sua vez, as taxas de Xangai para Los Angeles aumentaram 38%, ou US$ 1.070, atingindo US$ 3.860.

Além disso, a Drewry atualizou os dados do seu rastreador de viagens canceladas. Nas principais rotas, de um total de 650 viagens programadas, foram anunciados 94 cancelamentos entre a semana 4 (de 22 a 28 de janeiro) e a semana 8 (de 19 a 25 de fevereiro), resultando em uma taxa de cancelamento de 14%.

Apesar da projeção de que 86% dos navios cumprirão seus cronogramas previstos nas próximas 5 semanas, a consultoria alerta para a possibilidade de mudanças rápidas devido às dificuldades enfrentadas pelas companhias de navegação diante dos desafios contínuos no Mar Vermelho.

Segundo a Drewry, as transportadoras continuam a evitar o Canal de Suez devido a preocupações de segurança e aos prêmios de risco de guerra mais elevados, favorecendo a rota do Cabo da Boa Esperança, apesar do aumento dos custos de combustível.

“A situação está causando interrupções graves nos itinerários, tempos de trânsito mais longos e um aumento nos cancelamentos na Ásia em janeiro. A crescente demanda antes do Ano Novo Lunar, em três semanas, levanta preocupações sobre a escassez de contêineres vazios na Ásia e a disponibilidade de espaço nos navios”, destacou a empresa.

Imagem: REUTERS/Mohamed Abd El Ghany

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