O TikTok anunciou nesta terça-feira (25) a contratação de Ziad Ojakli, ex-chefe de assuntos governamentais da Boeing, para assumir o cargo de chefe de políticas públicas para as Américas. O movimento ocorre em um momento crítico, enquanto a plataforma se esforça para finalizar um complexo acordo de desinvestimento de seus ativos nos Estados Unidos.
Ojakli, que já supervisionou assuntos governamentais na Ford Motor e na Softbank, assumirá sua nova função em 1º de dezembro. A contratação foi anunciada pelo CEO do TikTok, Shou Chew, e visa reforçar a liderança da empresa na área regulatória. Ojakli substituirá Michael Beckerman, figura central na batalha do TikTok contra o governo dos EUA, que havia anunciado sua saída em abril para assumir um papel de consultor global.
A nomeação de Ojakli acontece em meio aos esforços da ByteDance, controladora chinesa do TikTok, para vender cerca de 80% de suas participações nos ativos americanos para um consórcio de investidores dos EUA e de outros países. O objetivo é cumprir os requisitos de segurança nacional impostos por uma lei de 2024 e uma ordem executiva assinada pelo ex-presidente Donald Trump em setembro, que deu à empresa um prazo até o final de janeiro para concluir o negócio.
Um grupo de investidores que inclui Oracle (ORCL.N) e a empresa de private equity Silver Lake ficará com uma participação de aproximadamente 50% no TikTok nos EUA. Acionistas existentes da ByteDance deterão cerca de 30%. A ByteDance ficaria com menos de 20% do TikTok nos EUA, atendendo às exigências da lei de 2024.
Apesar do avanço no acordo, o TikTok enfrenta ceticismo de legisladores americanos. Tanto o deputado republicano John Moolenaar, presidente do Comitê Seleto da Câmara sobre a China, quanto o senador democrata Ed Markey questionaram publicamente o negócio.
Moolenaar, em outubro, expressou “sérias preocupações” sobre um possível acordo de licenciamento para o uso do algoritmo da plataforma. Ele já agendou uma audiência para o próximo ano para receber a liderança da nova entidade americana do TikTok.
A ordem executiva de Trump determinou que o algoritmo será reprogramado e monitorado por parceiros de segurança americanos, e sua operação ficará sob o controle da nova joint venture, visando mitigar riscos à segurança nacional.
