Trabalhadores portuários dos EUA entram greve

Às vésperas das eleições americanas, movimento dos trabalhadores afeta desembaraço de metade do comércio externo do país

Os trabalhadores portuários da Costa Leste e do Golfo dos EUA, que operam em instalações que se estendem do Maine ao Texas, iniciaram nesta terça-feira uma greve que não ocorreu desde a década de 1970. Especialistas alertam que uma paralisação prolongada pode causar sérios impactos econômico, tanto para os EUA, com o aumento da inflação, quanto para o transporte marítimo global.

De acordo com uma análise do think tank The Conference Board, a economia americana pode sofrer uma perda de US$ 540 milhões por cada dia de greve. Dessa forma, uma paralisação de apenas uma semana poderia gerar um prejuízo de US$ 3,78 bilhões.

Os riscos estão relacionados à importância dos 36 portos afetados na Costa Leste e no Golfo, que respondem por 57% do volume de contêineres movimentados nos EUA. Essas instalações são responsáveis ​​por um quarto do comércio internacional anual do país, que totaliza cerca de US$ 3 trilhões.

A greve ocorre em um momento crítico nos EUA, já que o prazo para chegar a um acordo se esgota apenas algumas semanas antes das eleições presidenciais de novembro. Além disso, a paralisação coincide com um período em que os varejistas estão correndo para verificar suas importações e garantir que os estoques estejam prontos para atender à demanda da movimentação da temporada de compras de fim de ano.

Nos últimos meses, os varejistas têm acelerado as importações relacionadas ao final do ano para minimizar os impactos da greve, e muitos estão redirecionando suas remessas para portos na Costa Oeste dos EUA, sempre que possível, a fim de evitar maiores atrasos e prejuízos.

Mesmo uma greve curta no porto pode causar interrupções na cadeia de suprimentos por semanas. Por exemplo, uma greve de uma semana começando em 1º de outubro pode causar desacelerações até meados de novembro, segundo a análises.

As negociações para um novo contrato, que abrange cerca de 25.000 trabalhadores, estão em um impasse há meses sobre salários e processo de automação, de acordo com a Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX), que representa os empregadores. O governo dos EUA pode intervir legalmente para forçar os trabalhadores portuários em greve a voltarem ao trabalho por um prazo de 80 dias, mas ano eleitoral reduz essa possibilidade.

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