O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (29) novas medidas protecionistas que incluem tarifas adicionais sobre móveis produzidos no exterior e uma taxa de 100% para filmes estrangeiros. Segundo o republicano, o objetivo é recuperar a competitividade de setores que, no passado, tiveram papel central na economia norte-americana.
Trump também voltou suas críticas à indústria cinematográfica, afirmando que o setor foi “roubado” por outros países em um processo que comparou a “tirar doce de criança”. O presidente responsabilizou o governador da Califórnia, Gavin Newsom (Partido Democrata), a quem chamou de “fraco e incompetente”, embora sem citar o nome diretamente, por não proteger Hollywood — tradicional polo da produção cinematográfica.
Ao justificar a tarifa sobre os filmes estrangeiros, Trump disse buscar uma solução para o que classificou como um “problema de longa data e sem fim” enfrentado pela indústria nos Estados Unidos.
No entanto, não está claro ainda como essas tarifas seriam implementadas: faltam detalhes legais, regulatórios e práticos, como critérios para definir o que é um “filme estrangeiro” ou “móvel importado”, quais exceções podem haver, ou como tratar produções internacionais/co-produções.
Pode haver uso de leis de comércio internacional ou de medidas excepcionais de política comercial, como: Section 301 da Trade Act de 1974, que autoriza retaliações contra práticas injustas de outros países. Outras legislações relacionadas a “segurança nacional” ou poderes executivos para regular importações em casos de emergência econômica ou política.
Netflix, Disney, Paramount e outros poderão ser afetados, especialmente quando produções são filmadas em outros países ou recebem financiamento ou locações externas. O aumento de tarifas pode levar a preços mais altos para móveis importados e possível elevação nos preços de ingresso ou streaming, se os produtores/importadores repassarem os custos.
Outros países podem responder com tarifas ou restrições, o que pode ferir exportações dos EUA, inclusive de filmes americanos, alavancando prejuízos no mercado externo. Se produções e talentos buscam locações, incentivos fiscais ou mão de obra barata em outros países, tarifas pesadas podem tornar essas produções inviáveis ou forçá-las a evitar completamente o mercado norte-americano.