O presidente dos EUA, Donald Trump, se reuniu na segunda-feira com Lip-Bu Tan, CEO da Intel e elogiou o executivo, chamando o encontro de “muito interessante”. A reunião acontece dias depois de Trump ter exigido a renúncia de Tan, acusando-o de ser “altamente conflituoso” por suas ligações com empresas chinesas.
Após o anúncio, as ações da fabricante de chips subiram 3% no pregão estendido. Na semana passada, o pedido de demissão de Tan gerou incertezas sobre os esforços de recuperação da Intel, que enfrenta dificuldades para competir no mercado de chips de IA, dominado pela Nvidia.
A intervenção de Trump foi considerada um exemplo raro de um presidente pedindo publicamente a demissão de um CEO, o que levantou questionamentos sobre o controle presidencial em assuntos corporativos.
Durante o encontro, que contou com a presença do Secretário do Comércio, Howard Lutnick, e do Secretário do Tesouro, Scott Bessent, Trump disse que Tan e membros de seu gabinete apresentarão sugestões a ele na próxima semana. “Seu sucesso e ascensão são uma história incrível”, disse Trump sobre Tan em uma publicação no Truth Social.
A Reuters revelou em abril que Tan investiu em centenas de empresas chinesas, algumas delas ligadas ao exército do país. Embora não seja ilegal que cidadãos americanos tenham participações em empresas chinesas, a situação levantou preocupações.
A Intel afirmou em comunicado que Tan teve uma “discussão franca e construtiva” com Trump sobre o compromisso da empresa em fortalecer a liderança tecnológica e de manufatura nos EUA. A companhia declarou que trabalhará em estreita colaboração com o governo para “restaurar esta grande empresa americana”. A intervenção de Trump também se refletiu em um acordo recente que exigiu que a Nvidia e a AMD repassassem ao governo 15% da receita obtida com vendas na China.