O UBS Group divulgou nesta terça-feira (4) um lucro acima do esperado para o quarto trimestre, mas as ações do banco recuaram após a divulgação dos resultados. A queda de 5,6% nas ações ocorreu mesmo com o desempenho positivo de outros bancos no mercado, refletindo a insatisfação dos investidores com os planos de recompra de papéis anunciados pelo UBS. Esses planos estão condicionados à ausência de mudanças nas regras de capital da Suíça, o que gerou incertezas e desapontamento entre os acionistas.
Analistas destacaram que os resultados do UBS foram mistos. Embora o lucro tenha superado as expectativas, os novos ativos líquidos não atingiram as previsões, o que pode ter contribuído para a reação negativa do mercado.
Além disso, muitas expectativas positivas já estavam incorporadas ao preço das ações, que subiram mais de 80% desde a aquisição de emergência do Credit Suisse em 2023. Esse ganho significativo anterior pode ter limitado o espaço para novas valorizações após o anúncio dos resultados.
A aquisição do Credit Suisse foi um marco importante para o UBS, consolidando sua posição no mercado financeiro global, mas também trouxe desafios, como a integração de operações e a gestão de riscos adicionais. A reação do mercado nesta terça-feira sugere que os investidores estão avaliando com cautela os próximos passos do banco, especialmente em relação à sua estratégia de capital e à capacidade de gerar crescimento sustentável após a grande expansão resultante da aquisição.
Para evitar que o escândalo do Credit Suisse se repita, as autoridades suíças se comprometeram a elaborar regulações bancárias mais rígidas, no centro das quais estão os planos de obrigar o UBS a manter mais capital. Porém, ainda não está claro quanto será esse capital. No quarto trimestre, o UBS registrou um lucro líquido atribuível aos acionistas de 770 milhões de dólares, seu quarto trimestre consecutivo de lucro.
O resultado excedeu em muito a estimativa média de 483 milhões de dólares em uma pesquisa fornecida pela empresa, com o UBS se beneficiando de custos mais baixos do que o esperado, receita robusta e um forte desempenho de seu segmento de banco de investimentos
O UBS Group afirmou que está no caminho certo para alcançar as economias de custos planejadas, apesar de ter revisado para cima suas previsões de despesas relacionadas à integração do Credit Suisse. O banco agora estima que os custos de integração cheguem a 14 bilhões de dólares até o final de 2026, um aumento em relação à previsão anterior de 13 bilhões de dólares. Esse ajuste reflete os desafios e complexidades envolvidos na consolidação das operações após a aquisição de emergência do rival Credit Suisse em 2023.
Por outro lado, o UBS reportou um crescimento de 7% nas receitas totais no quarto trimestre, alcançando 11,6 bilhões de dólares, um valor que superou ligeiramente a previsão de consenso de 11,5 bilhões de dólares. Esse desempenho foi impulsionado por ganhos em diversas áreas de negócios, incluindo gestão de patrimônio e banco de investimento, demonstrando a resiliência do banco em um cenário econômico desafiador.
