No Brasil, 3,5 milhões de pessoas dedicam-se às vendas diretas, modelo de negócio baseado na comercialização de produtos e serviços de uma empresa a consumidores finais por meio de empreendedores independentes.
O volume de negócio deste setor passa dos R$47 bilhões ao ano, o que coloca o Brasil entre os sete países que mais adotam esse modelo. Já na América Latina, o Brasil está no topo do ranking, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD).
O crescimento das vendas diretas, que tem como principal diferencial o relacionamento, é uma realidade em diferentes segmentos da economia brasileira. Agora esse modelo de negócio deve ganhar cada vez mais espaço no agronegócio, um setor que movimento mais de 20% do PIB do Brasil. Essa movimentação já é percebida na adesão de grandes players à modalidade.
“O agronegócio é visto com grande potencial de expansão na Venda Direta, em destaque a Produce, que vêm desenvolvendo o modelo. A personalização e customização são características únicas que diferenciam de outros modelos de vendas e que fortalecem o negócio”, aponta a presidente da Adriana Colloca, da ABEVD.
Pioneira em vendas diretas para o agro, a Produce tem seu modelo de negócio baseado no relacionamento direto com o consumidor final, ou seja, o agricultor dentro da porteira. A empresa, criada em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, hoje já conta com mais de 10 mil consultores distribuídos pelos principais estados produtores do país. Em seu portfólio estão disponibilizados mais de 600 produtos, desde sementes, defensivos, fertilizantes, seguro agrícola, produtos veterinários e insumos biológicos.
Cofundador da empresa, Guilherme Trotta, que coordena a maior força de vendas diretas do Brasil no agro, revela que esse modelo de negócio cresceu mais de 100% em 2024, na comparação com 2023. Já para esse ano, o executivo projeta que as vendas diretas terão um impacto ainda mais positivo para todos os envolvidos no negócio, que é realizado sem a necessidade de intermediários.
“Há cinco anos lançamos de forma pioneira esse modelo de negócio no agro com o objetivo de estreitar os laços do fornecedor com o produtor rural. E a aceitação do mercado pode ser representada em números, onde em 2023 dobramos os números de consultores e as vendas cresceram 30%. Para esse ano acreditamos que o volume de vendas deve dobrar”, projeta Trotta.
As vendas diretas também são uma alternativa acessível para quem quer ingressar no mercado de trabalho do agro, especialmente para os mais jovens que estão em busca de uma primeira oportunidade. De acordo com uma pesquisa realizada pela ABEVD – 53,5% de jovens entre 18 e 29 anos compõem a base dos empreendedores e vendas direta no Brasil.
No agronegócio não é diferente, a flexibilidade de horário, a possibilidade de conciliar a atividade com os estudos e os rendimentos atrativos, atraíram o jovem consultor da Produce Thiago Oliveira, de 23 anos, que aos 19 já ingressou iniciou uma carreira no mercado de vendas diretas na região de Açailândia-MA. “Quando conheci o formato de trabalho oferecido pela Produce, logo identifique que era um modelo perfeito para conciliar com meus estudos. Mas com o tempo, percebi que poderia ser uma excelente fonte de rentabilidade apenas aproveitando meu relacionamento com os produtores”, revela Thiago.