As vendas do varejo nos Estados Unidos apresentaram um crescimento de aproximadamente 4% nesta temporada de festas, de acordo com dados preliminares divulgados pela Visa e pela Mastercard nesta terça-feira.
O desempenho reflete um equilíbrio entre o orçamento mais apertado das famílias americanas e o forte desejo de consumo por itens de tecnologia e vestuário. O levantamento, baseado em bilhões de transações processadas pelas duas redes, indica que a resiliência do consumidor se manteve firme durante o mês de dezembro, apesar dos desafios macroeconômicos.
De acordo com Wayne Best, economista-chefe da Visa, o consumidor atual está mais criterioso e estratégico, utilizando cada vez mais ferramentas de inteligência artificial para comparar preços e otimizar o poder de compra.
Esse comportamento foi acompanhado por uma antecipação das compras, motivada por promoções lançadas pelos lojistas ainda no início da temporada. Michelle Meyer, economista-chefe do Mastercard Economics Institute, reforçou que a busca pelo melhor custo-benefício foi o motor central dos gastos no período, com os clientes aproveitando ofertas sazonais para garantir presentes e bens de uso pessoal.
Em termos de categorias, o setor de eletrônicos — com destaque para televisores e smartphones — liderou a expansão, registrando um aumento de 5,8% nos gastos segundo a Visa. O segmento de vestuário e acessórios veio logo em seguida, com alta de 5,3%, impulsionado pelo clima mais frio e pela renovação de guarda-roupas.
A Mastercard também destacou o setor de joalheria como um dos destaques positivos deste ano. Embora o comércio eletrônico continue a crescer acima das lojas físicas pela conveniência de comprar de casa, o varejo tradicional ainda domina o mercado americano, respondendo por 73% do volume total de transações.
Os números detalhados mostram pequenas variações metodológicas: a Visa registrou um aumento de 4,2% (excluindo automóveis, gasolina e restaurantes) entre 1º de novembro e 21 de dezembro, enquanto a Mastercard reportou alta de 3,9% para o mesmo período (incluindo alimentação). Ambas as métricas não são ajustadas pela inflação, mas superam ou se aproximam das projeções feitas no início do trimestre, sinalizando um fechamento de ano positivo para as gigantes do setor varejista global.
