Warner Music e Bain Capital anunciam joint venture bilionária em catálogos musicais

Warner Music e Bain Capital Unem Forças em Joint Venture

Bain Capital/Divulgação

A Warner Music Group (WMG.O) e a empresa de private equity Bain Capital anunciaram nesta terça-feira o lançamento de uma joint venture com o objetivo de investir até US$ 1,2 bilhão na aquisição de catálogos de música. A iniciativa estratégica visa permitir que a Warner Music realize aquisições de maior porte sem comprometer significativamente seu próprio caixa, enquanto a Bain Capital busca expandir sua atuação no mercado de direitos musicais.

A joint venture será impulsionada por um aporte de capital da Bain Capital, permitindo à Warner Music Group competir de forma mais robusta na atual “corrida do ouro” por direitos autorais no setor musical. Nos últimos anos, grandes nomes da música como Red Hot Chili Peppers, Queen e Michael Jackson tiveram seus catálogos adquiridos por valores recordes.

Em 2023, a Sony Music desembolsou US$ 1,27 bilhão pelos direitos do catálogo do Queen, e no início de 2024 pagou US$ 600 milhões por uma participação de 50% no catálogo de Michael Jackson. Esses movimentos refletem o crescente valor dos direitos de gravação originais (“masters”), impulsionado pela receita gerada pelo streaming em plataformas como Spotify e Apple Music, que mantêm as músicas em rotação por longos períodos, prolongando sua lucratividade.

Antes da era digital, a receita de uma música tendia a declinar acentuadamente após o pico de popularidade. No entanto, com a ascensão de playlists e algoritmos, os clássicos continuam a gerar receita por décadas, incentivando gravadoras a buscarem parcerias com investidores externos para financiar aquisições.

A Universal Music Group (UMG), por exemplo, investiu US$ 240 milhões em 2024 para se associar à Chord Music, empresa de investimento em catálogos controlada pela Dundee Partners. O acordo concedeu à UMG os direitos de administração e distribuição de 60 mil obras musicais. A Sony Music também tem recorrido a investidores institucionais, como a Apollo, para financiar suas aquisições.

A Warner Music Group já havia demonstrado interesse em veículos externos, como o Tempo Music Group e a Influence Media, e agora formaliza uma parceria de peso com a Bain Capital. A colaboração entre as duas empresas não é inédita, já que a Bain foi uma das investidoras que participaram da compra da WMG em 2004, em um negócio avaliado em US$ 2,6 bilhões.

Um dos nomes-chave por trás da estratégia de aquisições da Warner Music é Michael Ryan-Southern, atual chefe de desenvolvimento corporativo e de negócios da gravadora. Contratado em 2024 após liderar a equipe de banco de investimento da Goldman Sachs focada no setor musical, Ryan-Southern desempenhou um papel crucial na aquisição do Tempo Music Group por US$ 450 milhões, anunciada em fevereiro deste ano. Esse acordo garantiu à WMG os direitos de músicas de artistas como Wiz Khalifa, Florida Georgia Line e Brett James.

A experiência de Ryan-Southern em transações complexas e seu conhecimento do mercado são considerados ativos valiosos para a Warner Music, que busca fortalecer sua posição no competitivo mercado de direitos autorais. A joint venture com a Bain Capital representa mais um passo nessa direção, permitindo que a gravadora continue a expandir seu portfólio musical sem comprometer sua estabilidade financeira.

Sair da versão mobile