A XP ajustou suas projeções para o Ibovespa, elevando a estimativa de 147 mil pontos ao final do ano para 155 mil pontos nos próximos doze meses, o que representa um potencial de alta de 14% em relação ao fechamento de agosto.
A equipe de estratégia da XP questiona até onde essa valorização pode chegar, considerando a forte alta da Bolsa brasileira nos últimos dois meses (com o Ibovespa subindo 3,09% em julho e 6,54% em agosto), uma leve revisão para baixo do lucro por ação pelo consenso e as expectativas de um ciclo de alta de juros.
Os estrategistas seguem mais concentrados em setores que se beneficiam de ciclos de alta de juros, como Financeiro, Elétricas e Saneamento e Petróleo, Gás e Petroquímicos. Sobre agosto, a XP destacou que houve um início de mês turbulento com o Brasil saindo ileso. Na medida em que os mercados se recuperaram em agosto e o Fed indicou juros mais baixos adiante, os fluxos estrangeiros voltaram.
A XP destaca que, historicamente, as eleições americanas não têm um impacto significativo na Bolsa brasileira. Na verdade, eventos específicos como a Crise de 2008 e a pandemia de Covid-19 tiveram uma influência maior nos mercados durante os períodos eleitorais.
No cenário doméstico, até o momento, a expectativa de taxas de juros mais altas no Brasil não afetou o rali das ações brasileiras. Isso se deve ao fato de que o ciclo de alta projetado é considerado curto (com uma estimativa de aumento de 150 pontos-base pela XP), e os juros de longo prazo caíram recentemente.
Mas, daqui adiante, a questão é como isso pode afetar os fluxos para a Bolsa, aponta, com a questão sobre se os fluxos estrangeiros continuarão com a queda de juros nos EUA e se os investidores domésticos vão sair da Renda Variável em meio à taxas de juros domésticas mais altas, como já foi visto em agosto.